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Sony libera 7º núcleo da CPU do PS4, mas não se empolgue

Sony libera 7º núcleo do PS4 para desenvolvedores, mas a verdade é dura: ganho real de performance ficará entre o nulo e o imperceptível

8 anos atrás

ps4

Quando o PS4 e o Xbox One foram lançados em 2013, muita gente estranhou o fato de que, em ambos os consoles, dos oito núcleos de seus SoCs, apenas seis estavam disponíveis para os desenvolvedores. O sistema de ambos reservava os outros dois para rotinas de software e gerenciamento, mas havia a esperança que tanto a Microsoft quanto a Sony os liberassem posteriormente, o que poderia significar jogos mais poderosos.

Redmond liberou o sétimo dos oito núcleos do Xbox One em janeiro, e agora os japoneses fazem o mesmo com o PS4. A pergunta é: isso representa uma melhoria significativa em futuros jogos?

Então… a resposta pode decepcionar você.

O que sabemos de concreto: o processador Jaguar, um octa-core com clock de 1,6 GHz e GPU da AMD disponibiliza apenas seis núcleos para desenvolvimento de jogos e aplicativos, e outros dois ficam a cargo do SO do console. Rumores circulavam que a Sony estaria planejando reduzir a operação do sistema a apenas um núcleo, liberando o sétimo para os programadores da plataforma. A divulgação deste documento, descoberto por usuários do fórum Beyond3D revela que isso ocorreu no último dia 17.

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Placa lógica do PS4, no detalhe temos o SoC Jaguar e 4 dos 8 GB da RAM do console; os outros oito módulos de 512 MB restantes ficam do outro lado

Tudo muito bom, tudo muito legal, quer dizer que a partir de agora o PS4 terá mais poder de fogo, os jogos ficarão melhores e mais rápidos, certo? Errado. É possível até que a performance caia, simplesmente por uma coisa chamada realidade.

Em primeiro lugar vamos avaliar o seguinte: o Xbox One já conta com sete núcleos disponíveis há quase um ano. Você notou alguma diferença significativa entre os games do console da Microsoft e os do PS4? Não, porque não existe. A resolução limitada em até 900p, uma das maiores reclamações dos donos da caixa de Redmond prossegue inalterada. A Sony por sua vez conseguiu entregar Batman: Arkham Knight e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain rodando a 1080p e 60 fps.

Qual o segredo? É bem simples na verdade. Um sistema só pode tirar proveito de um maior número de núcleos disponíveis se ele for escrito para tal função. De outra forma, quanto mais núcleos acrescentados mais difícil se torna o desenvolvimento, e surpreendentemente a performance cai ao invés de melhorar.

Com isso lhes apresento um princípio fundamental da computação, a Lei de Amdahl. Ela é usada para mensurar a melhora máxima esperada em um sistema caso apenas uma parte do mesmo seja melhorada. Em computação paralela, onde o princípio parte da solução de problemas dividindo-os em problemas menores, resolvendo-os concorrentemente e assim de forma mais rápida, isso se reflete em quanto um sistema se tornará mais rápido caso mais núcleos sejam adicionados.

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A Lei da Amdahl diz que o que define a velocidade final do sistema é quanto do mesmo é paralelizável e não a quantidade de núcleos. No gráfico acima por exemplo, se 95% do SO pode ser paralelo o boost de velocidade não ultrapassará 20x, não importa quantos núcleos sejam adicionados.

Olhando os resultados mais modestos, a velocidade do PS4 com a adição de mais um núcleo saltaria de 5x para incríveis 5,5x; isso se considerarmos que o SO do console seja 95% paralelizável. Qualquer outra porcentagem abaixo disso representaria um ganho de performance absolutamente imperceptível.

Portanto, quando alguém disser "liberaram mais um núcleo para console tal” saiba que se o sistema não for preparado para aproveitá-lo, a performance geral poderá até cair. E mesmo que não seja o caso o ganho final não é lá grande coisa.

Fonte: Extreme Tech.

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