Carlos Cardoso 9 anos atrás
Lembra do F-35, aquele caça que semana passada fez a 1ª decolagem de rampa, era pra ser barato e versátil mas já consumiu uma fortuna, não consegue detectar alvos voando em formação e cujo canhão só vai poder ser usado em 2019? Pois é, ele fez de novo, ou melhor, não fez.
No papel a idéia de uma aeronave multifunção é excelente, mas na prática ela se torna limitada. Ele é desnecessariamente gordo, pois na versão de decolagem vertical precisa ter lugar para o rotor e os sistemas de direcionamento de ar. O trem de pouso é mais pesado do que o necessário por causa da versão naval, e por aí vai.
Pior ainda: ele tem que cumprir tarefas fundamentalmente diferentes. Superioridade Aérea, combate aéreo, Bombardeio de grande altitude, bombardeio de baixo nível, apoio a tropas em terra…
Assim ele não pode ser muito rápido pois precisa voar muito lento, e não pode voar lento demais pois precisa ter performance em alta velocidade. Em essência o F-35 é um pato. Anda, nada e voa, mas não faz nenhum dos três especialmente bem.
Quem viu o filme do Lanterna Verde, e lamento muito se você foi um deles, lembra de Hal Jordan pilotando um F-35 e só vencendo dois drones ao trapacear completamente, violando as condições do teste e perdendo a parceira no processo.
Na prática, futurista ou não, um combate caça tripulado vs drone é parecido com este aqui, cortesia de nossos amigos russos:
Agora isso foi comprovado em um exercício onde o F-35 enfrentou em combate próximo um F-16. Ele começou a ser desenvolvido em 1969, fez o primeiro vôo em 1974 e é um avião de superioridade aérea, destinado a abater bombardeiros soviéticos. Depois o F-16 foi adaptado para outros papéis, mas está longe de ser um caça como o F-15.
Não importa. No combate o F-16 deu uma SURRA no F-35, que segundo alguns seria seu sucessor.
Tecnologia Stealth — e aí não é exclusividade do F-35 — não é mágica. De perto ele vai aparecer nos radares do inimigo. No cenário o F-16 evadiu o radar do F-35 e forçou um combate próximo, restrito a mísseis Sidewinder e canhões.
Os pilotos do F-35 odiaram. Ele era lento nas manobras, pesado, apesar de muito mais motor e software, não conseguiam enquadrar o F-16, quando o velhinho ia entrar na mira, desviava e o 35 não acompanhava.
Detalhe: o F-35 estava limpo, o F-16 foi configurado com dois tanques de combustível subalares, em condições de combate real ele alijaria os tanques, que prejudicam a aerodinâmica, são pesados e o piloto precisa limitar as manobras, pros bichos não se soltarem e causarem um desastre.
Não fez diferença. O F-16 fazia manobras com bem menos perda de energia cinética, era mais rápido e manobrável, colocou o F-35 na mira e abateu o queridinho do Pentágono sem dó nem piedade.
Para adicionar o insulto à injúria, sabe o capacete futurista alienígena realidade aumentada do F-35?
Quase um HoloLens, recebendo informações compiladas de dezenas de sensores, links remotos de aviões-radar, informações de outros F35 na rede local, com imagens projetadas permitindo que o piloto “veja através das paredes”. Sim, ele olha pra baixo, se tiver algum alvo que o radar estiver acompanhando, o alvo aparece “através” do chão do caça. Lindo, né?
Quando o F-16 passava com tudo, e o piloto do F-35 precisava localizar o inimigo, ele tentava olhar pra trás, mas o capacete era grande e pesado, não conseguia virar a cabeça.
Se o futuro da aviação dos EUA está assim, levando piaba de vovôs, imagine quando tiverem que enfrentar os Sukhois 35, 47 ou mesmo o temido MiG-31…
Fonte: War is Boring.