Carlos Cardoso 11 anos atrás
Existem poucas empresas que geraram uma legião de fãs como a Nokia. Eles não se apoiam em um líder carismático, nem em um produto único popular e revolucionário. Nunca foram grandes mestres em relação com o consumidor, os Nokias simplesmente apareciam, mas em verdade, simplesmente funcionavam, no sentido Apple da coisa.
Na época em que smartphones ainda eram sonho distante de consumo, e quem lançava celular cheio de frescura colocava no mercado produtos buguentos, a linha da Nokia era simples, funcional, chiquitita pero cumplidora. Seus passos rumo à smartphonização dos celulares, mesmo quando questionáveis, como o N-Gage, eram sólidos. Apesar do design esquisito era um Symbian decente e correto.
Até o E71 a Nokia brigou muito bem, mas se perdeu com o iPhone, seu sistema operacional, na verdade sua mentalidade corporativa não eram apropriados para o Futuro Touch. O Android, que originalmente era basicamente um Nokia, em conceito, conseguiu se adaptar ao modelo iPhone muito mais rápido, coisa que a lentidão típica das corporações não deixou a Nokia fazer.
Agora, com o Plano B do Windows Phone indo devagar, com o Symbian morto-vivo, ações despencando e vendas risíveis, a Nokia está cortando tudo que pode. Querem chegar ao final de 2013 com 1,6 Bilhões de Euros limados da categoria despesas. Isso significa migrar as fábricas finlandesas para a Ásia. Quase todas já foram, a última, na cidade de Salo produziu quarta-feira passada seu último celular. Agora é desligar a linha de montagem, botar as tralhas na porta e fazer um saldão.
Não que muita gente vá comprar. Dos 55 mil habitantes da cidade, 780 famílias trabalhavam na fábrica.
Ver a derrocada da Nokia está sendo muito mais triste do que a HTC, que todo mundo está se lixando, ou a Palm, cuja própria arrogância foi a causa da morte. Esperemos que não seja o final, mas que a empresa dê a volta por cima, recupere o market share e venda como água. É possível, vide a Apple.
Fonte: ATD