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Milionário Russo que não sabe do que está falando queR transplantar cérebros humanos para robôs em dez anos.

12 anos atrás

sonfrankensteinÉ ótimo acompanhar leigos entusiasmados investindo em ciência, como Sir Richard Branson, mas algumas vezes é preciso colocar o pé no chão, ir devagar com o andor e não sair prometendo ou desejando tecnologias vários séculos além do que temos.

Ciência e Tecnologia são áreas onde o conhecimento é cumulativo, raramente, muito raramente algo invalida completamente um conceito fundamental. Você não desenvolve uma bomba nuclear sem antes desenvolver a teoria atômica. Um caça Stealth não pode ser projetado se você não entender teoria do Radar, que não funciona sem conhecimento de eletromagnetismo, que por sua vez precisa de eletricidade.

Por isso a promessa de Dmitry Itskov soa vazia. Num tal Global Future 2045 International Congress ele disse ter contratador um grupo de 30 cientistas para nada menos que:

Em 10 anos transplantar um cérebro humano para um corpo robótico, plenamente funcional.

Em 30 anos ele quer fazer upload de uma consciência humana para um cérebro totalmente artificial.

Em 45 ele quer criar “corpos holográficos”, seja lá o que isso signifique.

 

Senão vejamos: Temos hoje uma vaga idéia de como o cérebro funciona. Não sabemos ainda nem como reconectar um simples nervo rompido. Qualquer órgão artificial mais complicado que uma prótese peniana tem uma vida curta e causa diversos problemas ao organismo. Corações artificiais só são usados em último do último caso, a sobrevida não é nada animadora.

O cara quer solucionar tudo isso em 10 anos, criar toda uma tecnologia de interface cérebro-máquina que ainda está em seu berço, montar um sistema de suporte vital E ainda resolver questões de mobilidade e energia?

Ele sequer pensou que um cérebro lidando com informação sensorial vinda de um monte de sentidos alienígenas, como câmeras, simuladores de tato, sensores de movimento e audição seria inundado com ruído? A visão mais otimista diz que o sujeito acordaria e teria uma reação muito semelhante aos protótipos do Robocop 2.

Fora que há uma pequena, ínfima questão ética aí: Desde quando fazemos experimentos com humanos? Eu sei que vão usar a desculpa do Robocop, depois de morto o corpo é doado para pesquisa, fazem o que quiser com ele, mas se vão reanimar o cérebro, trazendo de volta a consciência do sujeito isso meio que invalida o conceito de doação, né?

Aqui Dmitry fala de seu projeto.

Muito provavelmente esses 30 cientistas estão pesquisando todos os projetos pessoais que sempre desejaram mas não tinham verba, enviando relatórios encorajadores para o investidor, mas na hora de mostrar produção montarão algo usando peças de pinball.

É possível que surja algo de útil desse projeto, mas é improvável. Se você projeta o avião antes de aprender a fazer o combustível e o motor, ele tende a não sair do chão.

Fonte: SN

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