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Análise dos micros Mirax Corporate

17 anos e meio atrás

Estamos fazendo alguma modificações aqui no Meio Bit e uma das principais mudanças será um espaço fixo para análise de hardware. De "webcams" a servidores, traremos a vocês um estudo profundo, mas sem que seja técnico demais. Como é um modelo novo, vamos "aparando as arestas" até chegarmos a algo que agrade a maioria ( sem abrirmos mão da imparcialidade, claro ).

Abrindo esse novo conceito, analisamos hoje um micro Mirax, marca da empresa Techsul, fabricado em Sta. Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais.Os micros recebidos para teste,foram, na verdade, comprados em lote, num processo de renovação de parque. Comprados de um revendedor local, foram customizados de acordo com a necessidade e esse pedido foi enviado à fábrica. Uma semana depois, foram entregues.

Características

As três máquinas têm a seguinte configuração:

Processador Pentium D 2.66GHz
1GB de RAM DDR2
HD SATA 80GB Samsung HD080HJ/P, com 8MB de buffer
Placa-mãe Gigabyte GA-8I945GMF
Monitor 17'' LCD Samsung SyncMaster 740n
Nenhum sistema operacional
Valor: R$ 2.100,00

A configuração comprada não veio com drive de disquete nem drive de CD de qualquer tipo, a meu pedido.

O chipset da placa-mãe é o Intel 945G, bastante conhecido e confiável. Não é espetacularmente rápido, mas as máquinas são para o escritório. São disponibilizados os seguintes conectores:

06 portas USB ( duas são 2.0 e duas são compartilhadas com os conectores frontais );
06 conectores de áudio ( integrado );
01 porta Gigabit Ethernet ( Marvell 8053 );
01 porta Firewire ( IEEE 1394a );
01 saída VGA ( controladora integrada GMA 950 );
01 porta serial;
01 porta paralela;
01 conector PS/2 para mouse
01 conector PS/2 para teclado

A placa-mãe tem quatro "slots" para memórias DDR2, dois PCI, um PCI Express x1 e outro PCI Express x16.

O gabinete é sóbrio e funcional. Internamente, não contém pontos "vivos", mas os parafusos de fixação das tampas ainda exigem chaves philips ( não são daquelas que se pode rosquear apenas com os dedos, como os Dell ou Apple ).

Existem quatro baias de 5 1/4'' e sete baias de 3 1/2''. Ainda há local para fixação de mais duas ventoinhas: uma frontal e outra traseira, mas os espaços vieram vazios.

A fonte original tinha 400W e a marca "Mirax", mas a procedência era chinesa. Digo "tinha", porque todas padeciam do mesmo mal: eram extremamente barulhentas. Não pude medir com o decibelímetro mas, acredite, você não conseguiria dormir no mesmo quarto com um desses micros. Felizmente, a revenda foi muito prestativa e trocou todas elas por modelos bem mais silenciosos, de 450W, sem custos adicionais.

O teclado é preto, com teclas de acesso a programas e multi-mídia. Curiosamente, vem com um disquete de instalação ( nos dias de hoje, deveria ter vindo com um cd ). As teclas são bem silenciosas e macias. No entanto, um deles veio defeituoso: sobre a mesa, um lado ficava mais alto que o outro e, como não há forma de ajuste de altura, foi preciso colocar um cd sob um dos cantos.

O mouse, também preto, é óptico e tem conector mini-din. Nada de USB ou wireless, mas, pela faixa de preço do equipamento, está de bom tamanho. Tem três botões e uma rodinha de "scroll", mas não pode ser classificado com nada além de razoável.

Os monitores SyncMaster 740n são bons, com ótimo brilho e contraste. A tecla "AUTO" consegue ajustar muito bem a imagem, mas o gosto pessoal pode ser conseguido com as opções disponíveis no menu.

Logo durante a instalação, uma mensagem da BIOS chamou minha atenção. Ela dizia que a memória estava funcionando no modo "single channel". Isso acontece quando os bancos de RAM não estão dispostos aos pares. Abrindo o gabinete, pude ver que realmente havia apenas um pente de memória.

Liguei na autorizada e eles ficaram de estudar a troca para dois pentes de 512MB. Para esta análise, eu peguei um pente emprestado, de forma a operar em "dual channel".

A versão da BIOS era a penúltima e, como primeira providência, baixei a última do site da Gigabyte ( versão F10 ) e atualizei.

As opções disponibilizadas nos menus são suficientes para uma máquina de escritório mas ficam longe dos sonhos dos entusiastas. Quem está acostumado com os menus das Asus topo de linha ou das Abit, ficará decepcionado. Não que falte nada muito importante para o uso ao qual as máquinas se propõem, mas a sensação de "quero mais" persiste.

A instalação do Windows XP foi normal. O CD da placa-mãe acompanha o conjunto e a Gigabyte tem um "Express Setup" que funciona muito bem. Apenas a Ethernet Marvell não foi reconhecida e precisei baixar um driver mais recente.

O sistema de áudio vem com um aplicativo que fica residente na bandeja, da própria Gigabyte ( mas o chipset é Realtek ). Não é de alta fidelidade nem de alto desempenho, mas cumpre bem seu papel.

A instalação do Linux ( Kurumin ) também foi tranquila. Exceto o áudio, que não foi reconhecido.

Testes

Abaixo está a configuração do processador. Vale lembrar que a placa-mãe não oferece opções de overclock.

Usando o Sisoft Sandra, versão 2007, tentei medir a diferença de banda usando um ou dois pentes de memória. A configuração lida pelo SPD foi: 4-4-4-12 ( tCL, tRCD, tRP, tRAS ) e não há forma de mudá-la na BIOS, infelizmente. Os resultados podem ser vistos abaixo:

Como se pode ver, a diferença foi de pouco mais de 6%, usando os dois pentes. Eu preferia ter esse adicional.

O desempenho do HD foi aceitável, como pode ser visto no teste do HDTach:

O manual do HD diz que o tempo médio de acesso é de 8.9 ms. O aplicativo INTEL(R) PERFORMANCE EVALUATION AND ANALYSIS KIT ( IPEAK ) nos mostra que, na realidade, o valor é 13 ms ( como, aliás, também mostrou o HDTach ):

Como não são máquinas de alto desempenho, este valor está na margem do aceitável. Mas é bom lembrar que, quanto menor esse tempo, melhor.

Performance em Jogos

Esse não é objetivo das máquinas, mas como muita gente leva em conta, principalmente, esse ponto, aí vai.

Utilizando o Aquamark 3 ( teste "Score" padrão ), a pontuação total da placa foi de 8.997 pontos. Considerando que a mesma placa-mãe, usando uma nVidia GeForce 7800GTX obtém quase dez vezes mais, nota-se que a GMA950 não é mesmo destinada ao mercado de jogos. No entanto, é possível rodar alguns mais antigos e ela se sai muito bem com gráficos 2D. Para o escritório, está de bom tamanho.

Não se animem com a taxa de fps no canto superior direito... era apenas o início do teste. Ela caiu muito, depois.

Considerações finais

Considerando que as fontes foram rapidamente trocadas pela autorizada, apenas o problema dos pentes de memória está aguardando solução.

Teclado e mouse USB também viriam a calhar. Mas, como a placa-mãe ainda dispõe de entradas PS/2, existe a vantagem de liberar as portas USB. Além disso, para quem trabalha com microcontroladores, a porta serial é mais que bem-vinda.

No geral, são máquinas que cumprem bem o papel a que se destinam: trabalho de escritório e desenvolvimento leve. De um total de dez, eu daria 7.

Desvantagens:
Um único pente de memória, o que diminui a banda;
Fontes ruidosas;
Gabinetes com parafusos de fixação que necessitam de ferramentas.

Vantagens:
Preço;
Porta serial, para desenvolvedores de hardware embarcado;
Boa assistência técnica.

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