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Jogos protagonizados por mulheres não vendem

Artigo afirma que Activision não acredita no sucesso comercial de jogos protagonizados por personagens femininas.

13 anos e meio atrás

dori_wet_06.08.10

Você discorda dessa afirmação? Pois é nisso que a poderosa Activision acredita. A revelação foi feita por um grupo de ex-funcionários em um longo e interessantíssimo artigo publicado pelo site Gamasutra e o temor de que um título fracasse por lá é tão grande que eles até já mudaram o sexo do personagem principal de um game.

Idealizado em 2007 pela Treyarch, Black Lotus seria protagonizado por uma personagem inspirada na bela Lucy Liu, quando a Act percebeu o sucesso que jogos como Halo 3 e CoD 4: Modern Warfare estavam fazendo e chegou a conclusão de que os jogadores não queriam controlar uma mulher. O projeto então foi cancelado e acabou se transformando no True Crimes: Hong Kong, que mudou de desenvolvedora e passou a ter um homem no papel principal.

Segundo as fontes, “se a Activision não visse uma protagonista em dos cinco jogos mais vendidos daquele ano, eles não fariam um game com uma mulher” e costumam citar títulos como Wet e Bayonetta como prova de que mulheres no papel principal atrapalham as vendas.

Ao ser questionado sobre as “acusações”, a editora disse que “respeita a visão dos seus times de desenvolvimento” e que “a companhia não possui uma política de dizer quais conteúdos os jogos de seus estúdios devem ter, nem que ele não podem desenvolver games com mulheres como protagonistas,” mas afirmou que “assim como outras empresas usa a pesquisa de mercado para entender melhor o que os jogadores estão procurando”.

Acho tudo isso muito estranho, já que sempre pensei que o importante em uma história não fosse o sexo, raça ou credo dos personagens e sim a forma como estas características estão inseridas no contexto. É muito fácil lembrar diversos jogos que tiveram mulheres como protagonistas e que foram muito bem sucedidos, como a série Metroid ou o Portal, o que mostra que pouco importa se estamos controlando um barbado ou uma beldade, desde que se trate de um bom game. Além disso, há casos em que ficaria um tanto estranho se controlássemos um homem, como o Mirror’s Edge ou o próprio Bayonetta, não que a jogabilidade não se encaixasse, mas porque o enredo foi costurado em torno de uma mulher e penso ainda que muitas vezes a indústria, não só a Activision, é demasiadamente conservadora, preferindo apostar sempre no que está fazendo sucesso no momento, o que agora significa um bando de brutamontes brancos e de cabeça raspada.

[via 1UP]

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