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Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics — Coletânea heroica

Trazendo seis jogos de luta e o beat 'em up The Punisher, Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é uma coletânea imperdível

18/09/2024 às 10:05

Se você frequentou fliperamas na década de 90, é muito provável que esteve cercado por máquinas em que heróis e vilões mediam força, algo que ajudou uma empresa japonesa a se tornar um dos principais nomes dos jogos de luta. Três décadas depois do lançamento do título que deu início àquela fantástica onda, os fãs recebem um belo motivo para reviver os clássicos e seu nome é Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics.

Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics

Crédito: Divulgação/Capcom

Disponibilizado para PC, Nintendo Switch e PlayStation 4, com uma versão para Xbox One prevista para chegar em algum dia de 2025, a coletânea foca nos jogos da Capcom que usam as franquias da Marvel e embora conte com algumas ausências, pode ser considerada imperdível para quem gosta desse tipo de jogo.

Ao todo, Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics traz sete títulos, todos lançados originalmente para os fliperamas, sendo que um pode ser considerado um bônus. São eles:

  • The Punisher (1993)
  • X-Men: Children of the Atom (1994)
  • Marvel Super Heroes (1995)
  • X-Men vs. Street Fighter (1996)
  • Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (1997)
  • Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (1998)
  • Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes (2000)
Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics

Crédito: Divulgação/Capcom

Dessa lista, aquele que se destaca é o primeiro, pois estamos falando de um beat 'em up que, embora tenha aparecido no Mega Drive, sua versão para arcades nunca havia chegado oficialmente aos consoles.

Essa é uma adição valiosa, pois enquanto no antigo console da Sega a criação da Sculptured Software não foi muito bem recebida, inclusive se tornando um fracasso comercial, aquela produzida pela própria Capcom — e claramente superior — é tida até hoje como um dos melhores jogos do gênero.

Nele duas pessoas podem escolher entre o Justiceiro e Nick Fury, e então partir numa missão para acabar com o Rei do Crime e sua organização. Aproveitando a experiência da empresa no gênero, o jogo funciona como um típico beat 'em up, nos colocando para enfrentar diversos inimigos por fases lineares, com um chefe nos esperando no final. Um dos diferenciais aqui está na apresentação, que tenta replicar uma história em quadrinhos e na possibilidade de usarmos armas de média/longa distância.

Mesmo entendendo que ninguém comprará o Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics apenas pelo The Punisher, ele é uma ótima adição e que provavelmente não esteve presente no Capcom Beat 'Em Up Bundle por uma questão de direitos autorais. Aliás, o simples fato de a editora japonesa conseguir relançar todos esses títulos, que utilizam tantas marcas licenciadas, já é uma façanha digna de nota.

From zero to hero

Crédito: Divulgação/Capcom

Passando então para o foco desta coletânea, que são os jogos de luta, acredito que uma boa maneira de conhecer ou mesmo relembrar tantos títulos que marcaram época é fazer isso na ordem de lançamento. Desta forma fica mais evidente o quanto a Capcom evoluiu durante aqueles seis anos, com o X-Men: Children of the Atom parecendo algo bem diferente do Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes.

Com isso não quero dizer que o primeiro título desta leva seja ruim, com o ato de chegar a sua tela de seleção de personagem tendo sido o suficiente para despertar memórias que há muito estavam guardadas em algum canto do meu cérebro. Ver figuras como Wolverine, Ciclope, Magneto, Fanático e Tempestade lado a lado foi voltar a uma época em que nunca imaginei que um dia tal jogo seria possível.

Contudo, conforme vamos experimentados os jogos que saíram depois, se torna fácil perceber como a Capcom aproveitou a experiência para polir aquela joia bruta. Desta forma, considero que a inclusão do jogo que iniciou essa onda seja fundamental, mas não escondo que de todos os presentes, Children of the Atom é aquele em que menos passarei meu tempo.

Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics

Crédito: Divulgação/Capcom

Já em relação aos outros títulos presentes no Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics, só tenho o que elogiar. Da possibilidade de utilizar as Joias do Infinito no Marvel Super Heroes à entrada dos World Warriors, chegando nos vários personagens de outras franquias da Capcom, uma coletânea assim acaba oferecendo conteúdo para todos os gostos.

Logo, não nego que o New Age of Heroes e seus mais de 50 lutadores é não somente o meu jogo favorito desta coletânea, mas um dos jogos de luta que mais joguei (e me diverti) em toda a vida. Poder ver um quebra-pau entre Mega Man e Venom, Homem de Ferro e Strider Hiryu ou M. Bison e Thanos, para mim, sempre será motivo de esboçar um sorriso.

Mesmo não sendo o jogo que inaugurou a ideia de crossovers, sempre considerei ele o mais gostoso de jogar, com sua mecânica relativamente simples, trilha sonora inesquecível e cenários detalhados contando como pontos tão altos, que só se equiparava em qualidade ao que encontrei no Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001.

Insane. Frenzied. Total chaos!

Crédito: Divulgação/Capcom

Porém, tudo o que falei até aqui pode ser encontrado nas versões originais e quando uma empresa se dispões a relançar clássicos em uma coletânea, o que muitos esperam são novidades. E o Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics traz várias delas.

Entre as melhorias presentes neste pacote, sem dúvida a principal está na adoção do famoso rollback netcode. De maneira resumida, o que esse recurso faz é tentar garantir que os jogadores não sofram com lags, possibilitando que as partidas online ocorram da melhor maneira possível.

Mesmo não sendo um sistema perfeito, ao adotar esse sistema a Capcom permite que todos os títulos presentes na coletânea — incluindo o The Punisher — possam ser aproveitados online, fazendo com que o fator replay se torne praticamente infinito e possamos disputar partidas contra pessoas em vários lugares do mundo.

Se voltarmos para a época em que tais jogos foram lançados, algo assim seria impensável e por mais que as lutas presenciais oferecidas pelos fliperamas sejam incomparáveis, não há como negar o quão fantástico é poder competir com jogadores de outras cidades, estados ou mesmo países. O ponto negativo neste sentido é a falta de suporte a crossplay. Como o Street Fighter 6 trouxe esse recurso, seria ótimo se o Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics também o adotasse, mesmo que numa atualização futura.

Crédito: Divulgação/Capcom

Mas além das tão bem-vindas partidas online, a coletânea também traz os já tradicionais Modo Museu e filtros de imagem. Enquanto no primeiro podemos ver diversas ilustrações e manuais dos clássicos, o segundo tenta replicar a sensação de estarmos jogando em uma TV de tubo. Confesso ter ficado um pouco surpreso em relação a esse segundo recurso, pois ao invés dele nos oferecer apenas as scanlines, também podemos jogar com filtros que imitam os pixels daquelas telas e que, pelo menos para mim, passam uma experiência mais parecida com a original.

Quem gosta de apreciar as trilhas sonoras dos jogos gostará de saber que há um espaço com uma espécie de jukebox e aperfeiçoar nossa habilidade será possível no modo treinamento. Além disso, as partidas nos modos arcade poderão sem interrompidas e reiniciadas a qualquer momento, graças a inclusão de save state. Mas se recorrer a tal modernidade lhe parece um sacrilégio, por se tratar de jogos de luta, basta ignorar.

Por fim, acho que seria legal se o pacote trouxesse toda a linha de jogos entre os personagens das duas empresas, o que inclui o Ultimate Marvel vs. Capcom 3 e Marvel vs. Capcom Infinite. Porém, entendo que por serem capítulos mais recentes e que continuam à venda, a editora prefira vendê-los separadamente.

Pois isso me faz refletir sobre a importância de algo como o Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics. Ao nos permitir voltar a uma época marcante da indústria, quando os fliperamas ainda tinham sua relevância, essa coletânea serve como um belo trabalho de preservação, garantindo que títulos tão importantes continuem podendo ser adquiridos legalmente. Por se tratar de jogos que usam marcas de outras empresas, é possível que um dia ela deixe de ser vendida, mas enquanto isso não acontecer, temos aí uma oportunidade que os fãs não deveriam ignorar.

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