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A Internet Pornô é uma série de tubos

14 anos atrás

Até os anos 70 o mundo pornô viva em guetos, a produção era em sua maioria voltada para a mídia impressa, com filmes de qualidade questionável passando em cinemas mais questionáveis ainda. A saída para quem queria ver sacanagem sem ser barbarizado por uma gangue de travestis halterofilistas punks nos cinemas do Centro do Rio ou de SP eram os filmes europeus, mas a parte ruim era que para isso teriam que assistir filmes europeus. Dúvida cruel.

No final dos anos 70 e começo dos 80 veio o boom da (com cacófato) indústria pornô, o videocassete deve a esta sua popularização e a indústria deve aos videocassete seus Anos Dourados. Um casamento perfeito. O público consumidor podia ir na locadora, entrar na salinha reservada e escolher tranquilamente o filme do dia, entretendo-se com obras de gente como Traci Lords, Ginger Lynn, Marilyn Chambers e Dick Rambone, se for a sua praia.

porn

A indústria de entretenimento adulto tem faturamento de 15 bilhões de dólares nos EUA, 90 bilhões no mundo. No mercado americano ela vale mais que as franquias de futebol, baseball e basquete combinadas. São feitos entre 4.000 e 11.000 filmes por ano, dependendo do seu conceito de filme. Mas esses números são enganosos. Tão enganosos quanto as esperanças dos produtores que acreditavam que a Internet iria deixar todo mundo rico.

O que aconteceu foi o contrário. A banda larga foi o prego na tampa do caixão das esperanças de recuperação do Mercado. Se há um conteúdo que todo mundo consome de fonte pirata sem nenhum tipo de crise de consciência é o pornô. O material é descartável por natureza.

O fato de poder ser consumido fora de contexto faz com que ao contrário dos discos do Pink Floyd filmes pornô possam ser desmembrados (epa!) sem prejuízo para o espectador. Esse conteúdo sempre existiu, mas a facilidade de acesso é o que mata. Existem mais de MIL sites no estilo PornoTube, RedTube, MeatTube, etc. 99,99% do conteúdo é pirata.

Some a isso os vídeos amadores e as webcams, e temos um caso onde o consumidor vira produtor e dispensa não só o intermediário como também o Produtor Profissional. Igual à Velha Mídia, o mercado pornô não tem como competir com a agilidade da Internet, nem com sua gratuidade. Vide o ChatRoulette.

Steven Hirsch, fundador da Virgin Entertainment é dramático em sua colocação (epa2):

“Estamos lidando com a Tempestade do Século: Declínio na venda de DVDs, pirataria generalizada, conteúdo gratuito e uma economia fraca. É o pior que já vi nesta indústria nos últimos 25 anos”

As grandes produtoras procuram na Justiça uma forma de diminuir essa sangria, mas como já dito, são milhares e milhares de sites, até um conteúdo sair do ar ele já está queimado, usado e descartado como um filme pornô em VHS.

Temos um cenário onde só quem não ganha é quem PRODUZ o conteúdo. Por enquanto a indústria sobrevive pois ainda há muitos velhos luditas que não sabem usar o Google e manés dispostos a PAGAR por conteúdo adulto, mas a nova geração dificilmente gastará um centavo com isso. Lembre-se, o ChatRoulette conseguiu dar um passo adiante da famosa pergunta do chat do UOL “tem cam?”

O lado trágico é que dessa forma ninguém nunca mais investirá US$8 milhões em um pornô, como o magnífico Pirates II - Stagnetti´s Revenge:

 

Fonte: Little About

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