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Senado dos EUA tenta passar a Lei “Bota No Google”

De vez em quando é bom dar essas notícias que “só acontecem no Brasil”, ainda mais quando são de fora. No caso é um órgão do Governo dos EUA que custa US$ 67 milhões por ano e basicamente pode ser substituído pelo… Google.

10 anos atrás

frank

Em uma das raras e boas piadas de Apollo 13 um dos técnicos da NASA reclama dos filtros de monóxido de carbono do módulo lunar e do módulo de comando serem incompatíveis. Um quadrado, outro redondo: “só podia ser projeto do Governo”. Soldados em guerras modernas combatem sabendo que seus equipamentos foram projetados e produzidos pela empresa que ofereceu o menor preço.

Por isso aliás que teorias da conspiração não se sustentam. Exigem um nível de competência inexistente em qualquer governo. Um exemplo clássico da chamada Navalha de Hanlon, “Nunca atribua à malícia o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez”: durante a 2ª Guerra do Golfo um limpa-neve foi enviado para o Iraque. O custo, entre a máquina e o transporte ficou em cento e poucos milhares de dólares. Uma gota no oceano, mas algo que chamaria (e chamou) a atenção da imprensa.

Não faz sentido ser um caso de corrupção. Ninguém chama atenção assim pra seus esquemas. Foi a boa e velha incompetência, como os ingleses, que durante a invasão das Falklands colocaram todas as barracas em um navio só, que foi afundado pelos argentinos.

A bola da vez agora é o NTIS — National Technical Information Service — órgão criado em 1950 com o objetivo de coletar, centralizar e distribuir relatórios técnicos, pesquisas científicas e informações comerciais produzidos pelo Governo dos EUA. Esse material seria vendido, uma forma de manter sob controle o orçamento do NTIS.

Tudo muito legal, mas estamos em 2014. Todo mundo distribui o próprio conteúdo. Mais ainda, achar esse conteúdo se tornou muito mais fácil. Existe algo chamado… internet.

fmdo

Uma comissão do Congresso descobriu que entre 1995 e 2000 o NTIS só vendeu 8% dos relatórios catalogados. 95% do material distribuído por eles está acessível em outras fontes, de graça. Tudo facilmente achado se o interessado usar… O Google. Por isso o Projeto de Lei que extingue o NTIS se chama “S.2206 — Let Me Google That For You Act”.

A tal agência perde US$ 1 milhão por ano tentando vender os tais relatórios que todo mundo pega de graça no Google. Pior, essa brincadeira sai caro e vai sair mais ainda. No orçamento federal pra 2015 o NTIS vai ter seu orçamento de US$ 67 milhões aumentado para US$ 86 milhões. Thanks, Obama.

Criar órgãos é fácil, extingui-los é complicado. Entram apadrinhamentos, favores, burocracia… normalmente é tranquilo empurrar um FMDO com a barriga, mas quando a própria existência do órgão se torna obsoleta por causa da tecnologia, a situação passa a ser insustentável. Por isso é seguro dizer que o NTIS está com os dias contados. Mais uns 10 ou 15 anos e ele fecha.

P.S.: antes que você comece a zoar os gringos, seus gastos burocráticos inúteis e seus órgãos esdrúxulos, gostaria de lembrar que o Brasil tem ou teve um negócio chamado Comissão Especial da Mandioca.

Fonte: TV.

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