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Por quê a Guerra Contra o Download Ilegal Está Perdida

11 anos atrás

Todo mundo já viu aquelas mensagens de pirataria é crime ou, pior ainda, aqueles filmezinhos onde você é advertido de que se piratear um filme estará ajudando a financiar desde o tráfego de drogas até a Al Qaeda.

Pelo andar da carruagem nesse começo de século, não é difícil deduzir que as mensagens só são eficazes no quesito irritar o espectador ao colocar no mesmo barco quem pagou pelo CD/DVD e quem comprou no camelô.

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Alguns dizem que o download ilegal de músicas é consequência do preço dos CDs (que ainda existem, por incrível que pareça), mas uma pesquisa realizada primeiro no Reino Unido e depois nos Estados Unidos mostra que isso está longe de ser verdade.

Outro dado revelador é que as pessoas não dão a mínima para o discurso da indústria do entretenimento, que está literalmente errando o alvo com suas campanhas.

Americans downloaded more than 97 million albums and singles using BitTorrent during the first half of 2012. [...] Around 78 percent were albums and 22 percent singles. Assuming an album contains 10 tracks, the total number of songs downloaded would have surpassed 759 million in six months.

Americanos baixaram mais de 97 milhões de álbuns e singles usando BitTorrent no primeiro semestre de 2012. [...] Aproximadamente 78% álbuns e 22% singles. Presumindo uma média de 10 músicas por álbum, o número total de músicas baixadas fica em torno de 759 milhões em 6 meses.

Outro estudo, mais revelador e abrangente, prestes a ser lançado por Joe Karaganis, trata da "cultura da cópia" nos Estados Unidos e Alemanha. Ali fica claro a maneira como o download ilegal é encarado pelas pessoas e como elas separam o que acham certo do errado e, mais importante, como a política atual de combate à prática é completamente equivocada.

Música... o que é razoável

Fica clara a opinião da maioria sobre compartilhar músicas com família e amigos (sejam os próximos ou os 5000 dos sites de compartilhamento), aprovada por aproximadamente 80% dos entrevistados entre 18 e 29 anos e mais de 50% dos com mais de 65 (para quem pensa que só os mais jovens compartilham música).

A coisa muda de figura, no entanto, quando a questão é compartilhar links no Facebook, por exemplo, ou obter lucro do que é baixado: uma minoria aprova esse comportamento.

Enquanto a indústria bate na tecla do roubo de arquivos, os usuários têm uma visão que muda conforme o contexto, o que explica o fracasso completo das campanhas anti-pirataria.

No Brasil eu imagino que o cenário seja mais complicado ainda, já que você dificilmente vai encontrar algo mais do que o que está na moda nas lojas de discos, para não falar nos filmes sem grande apelo comercial, que dificilmente chegarão às prateleiras das locadoras, muito menos aos cinemas.

Via Techdirt

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