Dori Prata 11 anos e meio atrás
Todos nós sabemos que em guerras reais coisas abomináveis acontecem e poucos foram os jogos que se arriscaram a reproduzir tais atos. Ao fazer isso as produtoras podem chamar a atenção para seus títulos de maneira negativa e ao ser questionado sobre o motivo pelo qual não teremos ataques contra pessoas desarmadas no Battlefield 3, o produtor executivo do game, Patrick Bach, deu uma explicação bem interessante.
“Os jogos estão onde os filmes estavam nas décadas de 30 e 40, quando passaram de um espetáculo técnico para ‘ei, espere um minuto, nós podemos usar isso para contar algo, ser político’ e coisas desses tipo. Penso que estejamos pertos de ver coisas como essa.
Se você coloca o jogador diante da opção dele poder fazer coisas boas ou más, ele fará coisas más, irá para o lado escuro – porque as pessoas pensam que é legal ser perversos, elas não serão pegas… Em um jogo que é mais autêntico, em que você tem uma armas nas mãos e uma criança na sua frente, o que poderia acontecer? Bem, o jogador provavelmente atirará na criança.
Nós seríamos aqueles considerados culpados. Temos que construir nossa experiência, então não colocaremos o jogador numa experiência onde poderão fazer coisas más.”
Eu nunca havia pensando desta maneira, mas é mesmo curioso o fato de que se o jogador opta por massacrar civis num aeroporto, mesmo estando num contexto, a culpa recaia nas costas da desenvolvedora. Tudo bem que um jogo não deva servir para medir o caráter de ninguém, mas embora os criadores coloquem a arma nas nossas mãos, somos nós os responsáveis por puxar o gatilho e talvez o que falte mesmo aos games seja o amadurecimento, assim como já aconteceu com o cinema.
[via Rock, Paper, Shotgun]