Rodrigo Ghedin 12 anos atrás
Até mesmo para quem não acompanha de perto a cena Linux, as drásticas mudanças trazidas pela Canonical ao Ubuntu 11.04 "Natty Narwhal" chamam muito a atenção.
A versão final do sistema saiu ontem e, contrariando alguns rumores, os planos iniciais foram mantidos e a Unity, novíssima interface de usuário, vem ativada por padrão -- a secundária, GNOME 2.x, entra em ação caso o hardware não consiga dar conta da Unity ou o usuário a prefira.
Esse está sendo o meu primeiro contato com a Unity e, apesar das queixas da comunidade de que ela ainda não está pronta para uso em larga escala, confesso que gosto do que vejo. Ao menos mais polida e bem resolvida que o GNOME 3, ela está. Talvez falte aparar algumas arestas, mas essas são poucas, quase invisíveis, como se tivessem aplicado um filtro AAx4 numa escala de zero a oito. Em outras palavras, está perfeitamente utilizável.
Na Unity, há uma quebra de paradigma com o que nos acostumamos a encarar como interface de usuário talvez maior que a proposta pelo GNOME 3. Há, aliás, algumas semelhanças entre os dois ambientes, como o "menu principal" que, na realidade, é uma camada sobreposta à área de trabalho. Na Unity, porém, algumas coisas permanecem do modelo Windows/Mac, como os controles de janelas (minimizar, maximizar e fechar). A nova interface é uma aposta ousada, mas que tem tudo para dar certo. No hardware testado (um Lenovo X100e), o Ubuntu abriu a versão padrão (3D), o que pesou um pouco para as tímidas configurações desse netbook.
Falando em Mac OS X, a cada versão do Ubuntu fica mais evidente o desejo de deixá-lo tão bonito quanto o sistema da Apple. No Natty Narwhal isso fica bem evidente pela barra multiuso no topo da tela, que se transforma nos menus dos programas de acordo com o que estiver em foco, e na barra lateral, que é basicamente a Dock com visual próprio.
Essa barra lateral abriga os programas abertos e os favoritos do usuário, que ficam "fixados" ali. Quando muitos estão abertos, uma animação de empilhamento se mostra na parte inferior. Um detalhe legal que usuários do Windows 7 reconhecerão de cara são os atalhos com a Winkey
, ops, quero dizer, com a tecla "Super"
. Super + 1
abre o primeiro programa, Super + 2
, o segundo, e assim sucessivamente. A Super
também expande o "menu", a sobreposição da área de trabalho com os programas.
Nessa parte, a do menu sobreposto, temos um grande campo de busca seguido por atalhos rápidos para os programas mais usados, para todos eles e para a Central de Software do Ubuntu, a pioneira loja de aplicativos do Ubuntu. Por ali também se pesquisa arquivos e outros tipos de informações.
O reconhecimento de hardware do Ubuntu continua melhorando, versão após versão -- no netbook onde o estou testando tudo, com exceção do layout correto do teclado, foi reconhecido. Os programas que acomnpanham a distribuição estão bem atualizados, incluindo Firefox 4 e LibreOffice 3.3, apesar desse não ser compatível com o menu global do sistema, ainda. Outras incosistências do tipo podem ser notadas, como a presença de barras de rolagem em determinadas janelas. Por padrão, elas deixaram de existir, sendo substituídas por um controle semelhante ao usado no Google Wave para rolar páginas.
O Ubuntu One, serviço de armazenamento de arquivos na nuvem da Canonical, também teve seu cliente reformulado; agora até sincronizar contatos ele sincroniza.
Alem do Ubuntu, a Canonical também liberou ontem toda a gama de variações, como Kubuntu, Xubuntu e Edubuntu. Todos estão disponíveis para download, gratuitamente, nos seus respectivos sites.