Meio Bit » Arquivo » Miscelâneas » Indoor location: coisas que nem o Google Acha

Indoor location: coisas que nem o Google Acha

13 anos atrás

O Google parece Onisciente, mas mesmo sabendo a resposta para a Vida, o Universo e Tudo Mais, ele carece de informações sobre o mundo físico. Toda a nossa tecnologia de navegação é inútil quando entramos na escala humana. Um bom exemplo foi quando a esposa de um amigo teve seu iPhone roubado. Em São Paulo, no meio de um monte de prédios o sinal do GPS degradou a ponto de só conseguir localizar o aparelho num raio equivalente a três prédios. É uma resolução ótima se você quer saber o caminho pra Alexandreta, mas inviável para achar um celular.

Mesmo com resolução ideal de uns 5 metros a informação de GPS é inútil para localizar objetos dentro de um cômodo. Um celular perdido anunciando sua posição silenciosamente continuará perdido até uma busca completa ser realizada no recinto.

Tecnologias como RFID não adiantam para esse tipo de busca também. Você tem que chegar com o detector bem próximo para que a etiqueta receba carga por indução e revele sua existência.

Amplie isso para as centenas de objetos de nosso uso diário. Nem o Bing consegue achar seu isqueiro.

Existem várias tecnologias em desenvolvimento para tentar resolver esse tipo de problema, mas nenhuma é prática. Uma utiliza sinais de Access Points WIFI para triangular a posição de objetos, outra pega carona em transmissores comerciais como rádio e TV. Todos esses apresentam deficiências semelhantes: Primeiro exigem que a posição das fontes de sinais seja conhecida com precisão. Segundo demandam muito processamento no objeto a ser encontrado.

Válido pra um Galaxy Tab ou um iPhone, mas eu não tenho um ARM rodando no meu isqueiro.(na verdade nem tenho isqueiro)

Um modelo que funcionaria exigiria etiquetas RFID que usassem sinais indiscriminados para emitir continuamente um código de identificação, associado a um sinal de um relógio atômico externo. Esse sinal seria repetido pelo chip de identificação, não gerado internamente.

No equipamento de localização dois receptores, em lados opostos do equipamento identificariam o sinal. Computando a diferença de tempo entre o sinal captado do relógio atômico pelo equipamento de localização E o sinal repetido pelo chip no objeto perdido, teríamos a distância.

A variação de tempo entre os receptores nas laterais do equipamento produziriam um valor angular, indicando a direção do objeto.

O problema aqui é que estamos lidando com unidades de tempo absurdamente pequenas. A luz percorre esses 10cm em 330 picosegundos, se somarmos as distorções atmosféricas, as diferenças entre componentes, atraso pelo sinal atravessar a carcaça do aparelho ficamos com uma diferença bem menor para mensurar. Talvez seja inviável economicamente trabalhar com precisão na casa de centímetros.

Exceto se o aparelho detector for movido tridimensionalmente, como um Tricorder em Star Trek. Isso daria uma paralaxe de leitura bem maior, aumentando a precisão sem exigir processamento impossivelmente rápido e acurado.

Talvez detectores espalhados pela casa possam auxiliar o detector móvel, mais uma vez aumentando a distância entre os pontos, e consequentemente a precisão.

São só idéias, mas após pensar um pouco deixa de ser tão loucura imaginar que o Google um dia irá achar suas malditas chaves.

Só fico pensando em quantos bits deve ter um identificador único para cada objeto no mundo.

Leia mais sobre: .

relacionados


Comentários