Carlos Cardoso 13 anos atrás
VOcê viu a manchete no Jornal Nacional, verá no Fantástico e em um monte de portais. Mas calma. Não é verdade da forma que está dita mas a pesquisa incrivelmente é séria. Foi feita pelo Instituto de Alzheimer da Flórida, e publicado no Journal of Alzheimer´s Disease, Volume 19, Número 1. Gary W. Arendash e outros cientistas estudaram o efeito de ondas eletromagnéticas de alta frequência em ratos.
Foram usados animais geneticamente modificados com predisposição a produção irregular de Amilóide-β, uma proteína associada ao Mal de Alzheimer.
Os ratos foram expostos a emissões diárias enetromagnéticas na faixa de 918MHz, junto com ratos não-modificados. Durante um período entre 7 e 9 meses os ratos foram examinados e testados em suas funções cognitivas.
Os testes foram adaptados para se assemelhar a tarefas cognitivas associadas a humanos com Alzheimer.
Resultados: Não só os ratos expostos tiveram menos casos de Alzheimer, ou casos com grau menor de seriedade, como os ratos já com sintomas apresentaram melhoras.
O mecanismo ainda é desconhecido, organismos biológicos são muito pouco afetados por radiação eletromagnética na faixa de rádio-frequência.
Ao contrário da histeria “celular dá câncer”, que além de não ter sido comprovada em nenhum resultado de laboratório que fuja do erro estatístico já teria se transformado em epidemia dada a quantidade de gente que usa os aparelhos hoje em dia, o efeito de radiação eletromagnética no tratamento de problemas de ordem neurológica já é conhecido. Não que isso impeça legisladores de tentarem incluir nas embalagens avisos de potenciais perigos teóricos.
A pesquisa surgiu por acaso, após pesquisadores repararem que pacientes com problemas psiquiátricos apresentavam melhoras e se sentiam bem-dispostos, após sessões de Ressonância Magnética feitas para diagnosticar outros problemas não-relacionados.
Isso tudo não quer dizer que você tem que correr e comprar um celular pra seu avô. Não há previsão de pesquisas envolvendo humanos, os experimentos com ratos serão repetidos ainda por muitos e muitos cientistas espalhados pelo mundo (replicabilidade e comprovação independente são a BASE da Boa Ciência).