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Jornalismo cidadão com o YouTube Direct

14 anos atrás

Faz tempo que o YouTube, e numa escala maior, o vídeo na web tornou-se uma boa fonte de material para emissoras e grandes conglomerados da informação. Seja nas eleições, em desastres naturais, eventos esportivos, ou mesmo por acaso, quando menos se espera, hoje é muito comum termos câmeras nas mãos de pessoas comuns, que tiram proveito da tecnologia para ampliar a quantidade de olhos acerca de qualquer evento que seja.

A mídia em geral já percebeu esse potencial, e não é raro ver, em telejornais e sites informativos, o famoso UGC (user-generated content) sendo usado. O Google, que também não dorme no ponto, também vê nisso um enorme potencial, e para aproveitá-lo ao máximo anunciou, recentemente, o YouTube Direct.

O YouTube Direct é uma aplicação open source, criada em cima das APIs do serviço, que permite a sites de emissoras e jornais integrar o YouTube aos seus serviços. Funciona como um filtro e, ao mesmo tempo, um atalho entre o cidadão jornalista e o veículo de comunicação. Ao invés do jornalista acessar o YouTube e “catar milho” sobre determinado evento, o usuário submete seu vídeo ao site, que passa a gerenciar as submissões de maneira centralizada, tudo isso sem atrapalhar o funcionamento do YouTube “de verdade”, já que os vídeos submetidos em quaisquer sites que utilizem o Direct acabam disponíveis na página do usuário que os enviou normalmente, como se nada de diferente tivesse acontecido. Outras vantagens do Direct são facilitar o contato direto entre o veículo de comunicação e o produtor do vídeo, a fim de obter mais informações sobre o que foi filmado, e economizar um cadastro do jornalista cidadão, que envia seu vídeo utilizando sua Google Account, independende de para qual site for.

A ideia é interessante, mas sofreu algumas críticas em suas bases, como as apontadas pelo Tiago Dória. Em suma, faltou um sistema de pagamentos pelas contribuições dos usuários, e principalmente recursos básicos, como backup dos vídeos submetidos, algo importante em se tratando de jornalismo, e limitações da própria plataforma, que não permite, por motivos óbvios, o envio de áudio e imagens.

Embora alguns grandes players, como ABCNews e Washington Post, estejam usando a novidade, a aposta de analistas e observadores é que o YouTube Direct torne-se popular entre sites menores, incapazes de manter uma estrutura como a do Globo.com, por exemplo. Apesar dos pesares, a novidade é bem-vinda, e se for adotada por bastante gente, pode ajudar a revigorar o comentado e desejado jornalismo cidadão.

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