Carlos Cardoso 6 anos atrás
Pode ser o Tio Al fazendo uma visita, mas há coisas dos anos 80 que não me recordo MESMO. O VHD é uma dessas coisas. Essencialmente é uma das muitas baixas da Guerra dos Formatos. VHS vs Betamax não foi a única briga pela supremacia do mercado. Todos os produtos de consumo entraram na disputa.
Quando o mercado começou a buscar alternativas ao VHS, uma penca de formatos apareceu. O mais bem-sucedido foi o Laserdisc, o que diz muito sobre como essas alternativas eram horríveis. Uma das mais interessantes era o VHD, Video High Density da JVC, concorrente do CED da RCA e se você está suspeitando que isso só fez sucesso no Japão, acertou.
O mais curioso é que o VHD não usava laser mas… uma agulha.
O disco não era em espiral. Os dados eram gravados em círculos concêntricos. Uma agulha lia as diferenças de capacitância e as transformava em dados de imagem. Cada círculo comportava exatos dois frames. O disco conseguia guardar 1 h em cada lado e claro não era regravável.
Outra curiosidade: você nunca via o disco. Para proteger de poeira e dedos ele vinha em um cartucho. Encaixava na máquina, o disco era puxado, você removia o cartucho vazio e assistia. Na hora de guardar tudo, processo inverso.
O VHD foi apresentado em 1978 mas só começou a ser vendido em 1983, auge da popularidade do VHS, que não só não foi afetado pelos formatos alternativos, como comeu o pouco mercado que eles tinham. Chegaram a lançar filmes em VHD até 1990.
Neste vídeo do excelente Techmoan ele recupera um VHD e demonstra em detalhes a tecnologia. Uma fascinante viagem no tempo, mostrando como os engenheiros do passado eram criativos para contornar as limitações tecnológicas da época: