Carlos Cardoso 6 anos atrás
ARK II foi ao ar no dia 11 de setembro de 1976 e até hoje continua sendo a pior coisa que já aconteceu nessa data fatídica. Era uma típica série distópica anos 70, onde em um mundo pós-apocalíptico um grupo de cientistas viajava em um veículo futurista tentando reconstruir a civilização.
O onipresente casal de jovens estranhamente sem libido estava presente, assim como o macaco. Nessa época toda série tinha que ter um macaco, tudo fica melhor com um macaco. Eram o Bluetooth de seu tempo.
O mais impressionante de Ark II era o jetpack que Jonah, o cientista-chefe usava. Era real, nós acreditávamos que um homem podia voar pois ele estava voando. Como voou James Bond em Thunderball, de 1965 quando Bill Suitor pilotou um Bell Rocket Belt, trapizonga criada pela Bell em 1960 para o exército, mas descartado por não ser nada prático.
Jetpacks sempre sofreram do mesmo problema: curtíssima autonomia, de 20 segundos no caso do da Bell, combustível altamente tóxico e volátil, muito barulho e, bem, se o negócio quebra você não plana, apenas cai sem nenhum estilo.
Mesmo assim as pessoas insistem, apostando corretamente na falta de memória da população.
Um ditado diz que ninguém nunca perdeu dinheiro subestimando a inteligência alheia. Eu acrescento que ninguém nunca perdeu dinheiro subestimando a memória alheia também. As pessoas simplesmente não lembram, não ligam. Hoje mesmo um zé ruela no Twitter afirmou cheio de certeza que terrorismo islâmico começou depois da invasão do Iraque em 2003.
Por isso, isto:
É obra de uma tal Jetpack Aviation, empresa com um projeto revolucionário que imediatamente foi comprada pela Lockheed Martin está tentando se financiar via crowdfunding. O pior, eles vendem o peixe usando as palavras “amazing new technology!” com exclamação e tudo.
O vídeo é bem legal, admito:
Reparou que nenhuma tomada dura mais que 8 segundos? Pois é, eu também.
Aposto que se questionados sobre autonomia, vão dizer que estão trabalhando nisso. Sim, tem quase 60 anos que “estão trabalhando nisso”. O problema é que jetpacks, como carros voadores se enraizaram no imaginário popular, por mais impraticáveis e perigosos que sejam.
A única explicação para tanta insistência por tanto tempo é que, além dos bilhões de dólares quem criar o primeiro jetpack realmente viável ganha no pacote a Jennifer Connely.
Fonte: Geeks Are Sexy.