Carlos Cardoso 6 anos e meio atrás
O Sentinel-1A é um satélite do Programa Copernicus da Agência Espacial Européia que é usado para gerar imagens de radar monitorando terremotos, desmatamento, vazamentos de óleo e trocentos outros eventos. Foi lançado em 2014, com vida prevista de 7 anos e estava seguindo sua vidinha tranquila e rotineira, até que dia 23 de agosto a sala de controle passou por uma cena de filme.
Alarmes começaram a soar, a telemetria informava de uma queda na geração de energia. Os painéis solares não estavam fornecendo os 5,9 kW de sempre, e como o Sol não estava morrendo e à 700 km de altitude há pouca chance de nuvens, algo estava errado.
Ao mesmo tempo os giroscópios informavam uma mudança de atitude no satélite. Ele estava girando levemente em um de seus eixos. Isso foi corrigido com as rodas de reação, provavelmente de forma automática, mas a queda de energia continuava.
A forma mais rápida de inspecionar os painéis era ativar as câmeras de bordo, usadas para verificar se eles haviam sido abertos corretamente, lá em 2014. Acionadas, as câmeras funcionaram (nunca é certeza) e mostraram algo sinistro: em um dos painéis uma área danificada, um círculo com 40 cm de diâmetro.
Simples cálculos levando em conta a rotação induzida no satélite mostraram que ele foi alvejado por um fragmento de alguma coisa com 1 mm de diâmetro, se movendo muito, muito rápido.
Deram sorte? Muita. Imagine se ao invés de uma meleca de 1 mm fosse a Sandra Bullock.
Fonte: ESA.