Carlos Cardoso 7 anos e meio atrás
Nosso foco em robôs humanóides às vezes nos cega para as possíveis variações. A maior parte das vezes a solução da Natureza é excelente, em outras a nossa solução é melhor. Nenhum meio de locomoção natural é tão eficiente quanto a roda, o que levanta a questão: como a Natureza não chegou nessa resposta?
Surpreendentemente simples: primeiro, rolamentos são algo incrivelmente complexo de se implementar biologicamente. Uma roda teria que ser algo vivo sem nenhum contato permanente com o organismo principal. Não que não tenha sido implementado, o flagelo funciona assim. O segundo ponto contra rodas é que a Natureza é péssima construtora de estradas, rodas não funcionam tão bem off-road. Mesmo assim quando há um ambiente onde elas são muito eficazes, elas surgem. Vide aquelas plantas rolantes que vivem em filmes de faroeste.
O deslocamento bípede é algo que queremos que nossos robôs emulem, mas precisam emular exatamente nossa anatomia? Há vários recursos mecânicos excelentes que não existem na natureza, como engrenagens (salvo a inevitável exceção).
A Schaft, uma das empresas de robótica que o Google comprou está seguindo essa linha, e apresentou um robô bípede seguindo uma abordagem diferente do Atlas da Boston Dynamics, empresa que aliás o Google está vendendo, não querem mais fazer robôs militares malvados.
A anatomia do robô é completamente alienígena. É uma solução nova para um robô bípede, e funciona muito, muito direito, veja:
A parte assustadora começa no minuto 1:20. Certeza que eu já vi aquela perna inclinada pra trás em algum lugar. Então percebi que estamos perdidos mesmo. O ED-209 ao menos não descia escadas.
Fonte: Recode.