Ronaldo Gogoni 7 anos atrás
VocÊ se lembram quando um analista aventou anos atrás a possibilidade de que o Google desembolsava uma boa grana para se manter como o buscador padrão nos dispositivos móveis da Apple? Tal especulação fazia sentido, porque Mountain View teria ficado fula da vida quando a maçã fechou uma parceria com a Microsoft e passou a oferecer o Bing como opção, o que teria forçado ela a abrir a carteira.
Agora, graças à pendenga judicial do Google com a Oracle veio a confirmação, e o valor bateu certinho.
Normalmente brigas judiciais são uma excelente forma da mídia colocar as mãos em informações até então trancadas à sete chave, pelos mais diversos motivos. A briga do Google com a Oracle envolve o Java: quando a Sun Microsystems foi comprada em 2010 Mountain View se viu com um problemão: até então a empresa utilizava o Java na base da amizade, a Sun não cobrou um centavo e liberou todos os assets que permitiram o desenvolvimento da plataforma Android.
Quando a Oracle entrou na jogada ela olhou o acordo, disse “assim não pode, assim não dá” e processou o Google por infração de copyright, o que para todos os efeitos ela está certa em fazê-lo; burro foi o Google por não ter fechado um contrato formal dizendo que a Sun cedia legalmente o uso do Java, agora aguenta.
Agora dados interessantes a respeito dos bastidores do Google começaram a pipocar, como por exemplo quanto que a empresa faturou com o Android até hoje. Outro dado interessante que apareceu foi a vontade da Apple em 2014 tentar novamente abrir opções para a mudança do buscador padrão do iOS, o que teria ligado todos os alertas em Mountain View. Assim sendo o Google teria desembolsado US$ 1 bilhão naquele ano para manter a exclusividade.
Segundo os documentos o valor não seria fixo, e sim uma parcela baseado no lucro que o Google Search reverte para a gigante das buscas, que giraria em torno de 1/3 do montante.
Os dados fazem parte de uma transcrição do processo que a Oracle move contra o Google e tanto ela quanto a Apple tentaram de todo jeito ocultar a divulgação, afirmando se tratarem de “informações sensíveis”. A corte entretanto deu de ombros.
A relação entre Google e Apple é de rivais que se toleram e que lucram um com o outro. O acordo é bom para ambos os lados, a maçã faz caixa de um bilhãozinho garantido enquanto o Google lucra bastante com a exclusividade nas buscas. Afinal, de dinheiro todos gostam.
Fonte: Bloomberg.