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Estaria a Konami tão errada ao focar no mobile?

Depois de anunciar que focaria na criação de jogos mobile, a Konami teria interrompido o desenvolvimento de todos os jogos de grande porte, mas será que eles estão mesmo errados ao fazer isso?

8 anos e meio atrás

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Por algumas vezes eu falei aqui no MeioBit Games sobre o receio que tinha de algumas empresas se renderem ao “dinheiro fácil” que poderiam ganhar desenvolvendo games apenas paras tablets e smartphones, e embora várias pessoas tenham defendido (com razão) que existe espaço para todos, infelizmente estamos vendo isso acontecer.

Notícias sobre grandes companhias que passaram a enxergar esse novo Eldorado são antigas, vindo desde lá de 2010 e se no último mês de maio o CEO da Konami afirmou que eles estavam se dirigindo para este caminho, na semana passada o site francês Gameblog trouxe a não tão surpreendente informação de que a empresa japonesa suspendeu a produção de todos os títulos de grande porte, exceto a série Pro Evolution Soccer. Isso nos faz pensar: será mesmo que eles estão errados ao desistirem das grandes produções?

Pensando como alguém que cresceu jogando as inúmeras fantásticas criações da Konami, a resposta emocional evidentemente será de que eles estão errados, até mesmo ficando na torcida para que fracassem e voltem atrás na decisão, mas ao considerar a situação pelo ponto de vista dos negócios, deixar o modelo tradicional para trás não parece tão absurdo assim.

Embora os números não tenham sido revelados, sabemos que a produção do Metal Gear Solid V (que não podemos esquecer, foi dividido em dois capítulos) passou por muitos problemas e custou algumas dezenas de milhões de dólares e apesar do seu nome ser praticamente uma garantia de que o retorno viria, não há como negar que o risco envolvido na criação de tais jogos é proporcional ao tamanho da sua produção.

Temos então alguns estúdios que investiram relativamente pouco na criação de títulos para dispositivos mobile e que estão faturando milhões não anualmente, mas diariamente e torna-se bem mais fácil entender o porque desta onda migratória que pode estar apenas no início.

Além da Konami, outros estúdios japoneses que estão colocando suas fichas nos tablets e smartphones são a Cave, desenvolvedora bastante conhecida pelos “jogos de navinha” e que embora tenha anunciado recentemente que trará alguns dos seus títulos para o PC, já avisou que pretende focar no mobile, inclusive tendo fechado sua divisão no ocidente; a Mistwalker, desenvolvedora de Hironobu Sakaguchi que desde 2011 só tem lançado jogos para essas plataformas e a GungHo Online Entertainment, que não tem tido a menor vergonha de assumir que o seu carro chefe é o jogo Puzzles & Dragons, mesmo sendo donos da Grasshopper Manufacture e não tendo desistido totalmente de grandes lançamentos.

Porém, várias outras empresas tem dedicado boa parte de seus esforços no desenvolvimento de games para mobile, desde a Sega até a Sony, passando por Bandai Namco, pela Square Enix e muitas outras. Por isso, não acho correto crucificarmos a Konami por ter achado que lucrarão muito mais ignorando os fãs que por tantos anos a acompanhou.

Se tal escolha será vantajosa a médio/longo prazo, estou bastante curioso para saber, mas o fato é que infelizmente a Konami como conhecemos ficou no passado, pelo menos por enquanto e no momento a única coisa que consigo pensar é que por sorte eles deixaram o Kojima terminar o espetacular Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, pois realmente seria triste viver num mundo sem este jogo. Quanto a novos Castlevanias, Silent Hills, Contras, Zone of the Enders‎… é melhor esquecer.

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