Metal Gear Solid 4 poderia ter saído para Xbox 360, mas...

Com o custo de desenvolvimento se tornando cada vez maior, hoje as empresas buscam levar seus jogos para o maior número possível de plataformas. Tirando a Nintendo e as editoras que recebem boas quantias para manter suas obras exclusivas, não faz muito sentido ignorar algum console, mas quando o Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots foi lançado, um detalhe fez com que a Konami levasse o título apenas para o PlayStation 3.

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Disponibilizado para o console de sétima geração da Sony em junho de 2008, aquele jogo até hoje permanece exclusivo do PS3, mas o que não sabíamos é que por pouco ele não recebeu uma versão para o Xbox 360.

Quem falou sobre essa possibilidade foi Ryan Payton, produtor assistente da Kojima Productions e que participou da criação do Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots. Ao ser entrevistado para o livro The Ultimate History of Video Games, Volume 2: Nintendo, Sony, Microsoft, and the Billion-Dollar Battle to Shape Modern Gaming, de Steven L Kent, ele revelou que em determinado momento a Konami chegou a ter uma versão jogável do título:

“Apesar do quão oprimidos meus colegas estavam com o desenvolvimento para o PS3, a maioria deles ainda era fã da Sony e não eram a favor de gastar recursos em tal teste. Eles acreditavam que o MGS4 teria uma aparência terrível e rodaria mal no hardware mais antigo e inferior da Microsoft.

Num fatídico dia, a equipe de pesquisa e desenvolvimento da Konami organizou uma reunião em que pudemos ver o fruto de seu trabalho — o Metal Gear Solid 4 rodando linda e suavemente em um Xbox 360. Como um dos poucos fãs descarados do Xbox no escritório, fiquei empolgado.”

Ao contrário do que muitos imaginavam, Payton afirmou que a Konami não fechou um acordo de exclusividade com a Sony, portanto o jogo poderia ter sido lançado para qualquer outra plataforma. No caso do Xbox 360, o que acabou travando essa conversão foi apenas um empecilho: a mídia utilizada pelo videogame da Microsoft.

O problema é que ao contrário do PlayStation 3, que rodava seus jogos em Blu-ray, o Xbox 360 ainda apostou nos DVDs e a diferença na capacidade de armazenamento nas duas mídias desanimou a Konami. Vale lembrar que, enquanto os discos do videogame da Sony podiam trazer até 54 GB na versão de duas camadas, os DVDs só suportavam 8,3 GB.

Sendo assim, a editora japonesa precisaria distribuir o Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots em vários discos no Xbox 360, afinal o jogo criado por Hideo Kojima utilizou mais de 50 GB. Isso inclusive fez com que ele fosse o primeiro título do PlayStation 3 a utilizar um Blu-ray de duas camadas.   

Embora algumas pessoas duvidem que esse tenha sido o único motivo que impediu o jogo de sair para o Xbox 360, o argumento dado por Ryan Payton me parece válido. Tudo bem, o Xbox 360 recebeu alguns jogos que foram divididos em três DVDs, como o Blue Dragon e o Lost Odyssey, mas caso a Konami resolvesse levar o Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots para aquele videogame, seria necessário pelo menos o dobro desta quantidade de discos.

Talvez eles pudessem implementar um sistema de compressão de dados que poupasse algum espaço, mas até que ponto isso comprometeria a qualidade visual da obra, não temos como saber.

O que também podemos especular é o impacto que aquele lançamento poderia ter causado na indústria. Com o Xbox 360 tendo vendido bem no ocidente, um jogo como MGS 4 poderia ter atraído ainda mais consumidores e principalmente, facilitado muito o acesso à criação de Hideo Kojima. Neste cenário hipotético, hoje aquela obra poderia estar rodando até no Xbox Series S|X através da retrocompatibilidade e muitas pessoas ainda estariam o aproveitando.

A realidade, no entanto, é que temos ali um ótimo título que só pode ser jogado por quem ainda possui um PlayStation 3 e aquele Blu-ray lançado há 15 anos. Infelizmente, nem mesmo os assinantes da PlayStation Plus possuem acesso ao Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, o que só reforça o quão lamentável foi a Konami ter optado por não o lançar para o Xbox 360.

Enquanto isso, no cinema...

Hideo Kojima nunca escondeu sua paixão pelo cinema, inclusive com a sétima arte tendo influenciado diretamente os jogos que criou. Logo, uma possível transição para as telonas parecia apenas uma questão de tempo e quando uma adaptação do Death Stranding foi anunciada, muitos pensaram que ele ficaria responsável pela direção.

Porém, o game designer utilizou sua conta no Twitter para esclarecer que não será isso o que acontecerá. Segundo Kojima, embora ele esteja “profundamente envolvido com a produção, supervisão, enredo, visual, design e conteúdo” do longa-metragem, caberá a outra pessoa a tarefa de dirigi-lo.

O que não ficou claro foi o motivo para ele ter aberto mão do cargo, já que essa parecia a oportunidade ideal para realizar um sonho antigo. No entanto, a verdade é que por mais que seus jogos sejam conhecidos (e criticados) pelas abordagens cinematográficas, existe uma grande diferença entre dirigir um jogo e fazer o mesmo em um filme.

Pode ser também que Hideo Kojima tenha preferido voltar suas forças para a continuação do Death Stranding. Mas independentemente do que está por trás desta decisão e quem for escolhido para comandar o projeto, o importante é que a adaptação seja bem feita e o fato do criador estar envolvido já soa como um bom sinal.

Fonte: Video Games Chronicle e GamingBolt