Carlos Cardoso 8 anos atrás
A gente sempre acha que tudo que a NASA faz é futurista, mas até por colocar o fiofó dos astronautas na reta, são extremamente conservadores, se algo funciona, não mudam. Os russos idem. Muito a contra-gosto atualizaram a Soyuz uma ou duas vezes.
Por causa disso a tecnologia usada em órbita é, para quem está em terra, jurássica. A ISS não tem nada de Enterprise do JJ, parece mais o Departamento de TI de uma empresa, cheia de Thinkpads IBM pé-de-boi.
Não que a NASA não esteja pensando nas interfaces do futuro, há testes com interface de voz, robôs e até esferas de treinamento Jedi, mas agora chutaram o pau da barraca: estão testando nada menos que a Microsoft HoloLens.
Juntos estão desenvolvendo o Projeto Sidekick, onde a tecnologia será usada para visualização em realidade aumentada dos parâmetros dentro da estação. Ao invés de ficar consultando notebooks para monitorar dados, o astronauta poderá fazer isso apenas olhando para o equipamento em questão.
Outro uso que será testado é o Expert Remoto, onde o Skype via HoloLens permite que alguém do outro lado tenha a mesma visão que o astronauta, faça marcações “no ar” e supervisione procedimentos. Isso economizaria meses de treinamento, imagine consertar um satélite com ajuda do sujeito que o projetou.
O HoloLens já foi testado no Cometa Vômito e, como projetado, funciona perfeitamente em microgravidade. Na verdade funciona até melhor, já que não tem peso, um dos problemas reportados por quem testou o aparelho.
ReelNASA — NASA Testing Project SidekickDomingo agora na Dragon da SpaceX serão enviadas duas Microsoft HoloLens para a Estação Espacial, onde passarão por vários testes em modo Standalone. Se passarem, enviarão mais dois pares e testarão o Sidekick.
Ah sim, um par será testado em julho também no Aquarius, o laboratório submarino da Universidade da Flórida.
A missão, chamada NEEMO (NASA Extreme Environment Mission Operations) se passará a 19 m de profundidade, na costa da Flórida. Os HoloLenses serão testados mas dentro do habitat, é querer demais que ainda por cima sejam à prova d'água.
Fonte: NASA.