Ronaldo Gogoni 8 anos atrás
Vocês se lembram do Grooveshark? O serviço pago de streaming de músicas foi bastante popular há alguns anos atrás principalmente por permitir algo muito legal: a possibilidade dos usuários subirem seus próprios MP3s. E não é preciso ser um gênio para entender que isso causou um problemão gigante com a indústria da música.
O motivo é simples: pirataria. Embora fosse excelente para artistas independentes divulgarem seus trabalhos, é fato notório que todo mundo subiria suas coleções para o serviço e compartilharia suas músicas pirateadas com todos. Isso causou a ira das gravadoras, que entrou com processos bilionários contra o Grooveshark. Ele foi limado da App Store, da Play Store e efetivamente a startup abriu falência.
A coisa estava tão feia para o app que o próprio CEO Sam Tarantino era um dos principais uploaders do serviço, entre outros executivos. A Universal pediu 150 mil dólares por cada faixa compartilhada ilegalmente, o que por si só já totalizava US$ 17 bilhões para o Grooveshark pagar. E não deu outra: o serviço foi massacrado nos tribunais e está efetivamente com os dias contados.
Agora é hora de andar no lado certo: o Grooveshark anunciou uma rádio online paga nos mesmo moldes da Pandora, chamado Broadcasts. Os apps serão distribuídos para iOS e Android em 2015 e o serviço custará US$ 0,99 por mês, “barato o bastante para não pesar no bolso do ouvinte e caro o bastante para socorrer a empresa”, segundo Tarantino. Com cerca de 30 milhões de usuários cadastrados, a startup espera gerar uma receita interessante fidelizando os que utilizam o Grooveshark até hoje.
O Broadcast fornecerá funções de chat e também sugerirá músicas de acordo com o gosto do ouvinte, e por ser pago não terá propagandas. E por se tratar de uma rádio online eles se livrarão de pagar direitos para as gravadoras, precisando se regularizar apenas com o governo. Depois de anos sendo martelado pelas gravadoras e de fato tendo perdido a briga, a última coisa que o Grooveshark quer é se enrolar de novo.