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Review: Moto Maxx ou “essa bateria é realmente necessária?”

Acompanhe nosso review do Moto Maxx, o smartphone de ponta da Motorola com uma bateria que beira o inacreditável

9 anos atrás

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Devo dizer que estou impressionado com o que a Motorola vem realizando nos últimos tempos, embora é preciso convir que o mérito não é inteiramente dela: ela foi completamente remodelada pela quando foi adquirida pelo Google em 2011, indo de uma fabricante de aparelhos medianos e um pós-venda terrível a um sério player no mercado de Androids, graças aos excelentes aparelhos que vem lançando nos últimos dois anos.

Os novos Moto X e Moto G, bem como o Moto E são produtos destinados a perfis bem distintos de usuários: o primeiro é para o que gosta de funcionalidades e design (um que provavelmente compraria um iPhone), o segundo é para quem quer um aparelho de meio-termo que não faça feio, e o último é o modelo de entrada mas bem eficiente. Com o Moto Maxx, a Motorola resolveu mirar no power user, aquele que usa seu smartphone como um verdadeiro computador de bolso e precisa de uma máquina parruda. E nisso ele não decepciona.


Primeiras impressões

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À primeira vista o Maxx chama a atenção para um detalhe: os botões físicos. Há quem não goste deles, pois são mais peças para dar problema. Concordo, mas ao abrir mão dos comandos virtuais ele deixa claro que é um produto feito para quem dá mais atenção à performance do que a estética. Botões físicos deixam a tela livre o tempo todo, e embora ela não seja exatamente pequena a área ganha faz sim diferença para quem precisa de espaço.

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A traseira com acabamento em nylon balístico e fibra de kevlar foi feita para resistir aos mais estabanados usuários, eu incluso. O acabamento geral do Moto Maxx o deixa muito bonito, mas é preciso apontar para um problema que a Motorola não considerou: a trama de nylon tem a péssima tendência a desfiar com pouco tempo de uso. Eu testei o aparelho por onze dias e detectei um ponto médio próximo ao logotipo e outros menores em torno da câmera, como pode-se ver acima. Se em pouco tempo ele já ficou assim, imagine com meses de uso. Fora isso o Maxx possui uma boa pegada, em nenhum momento tive a impressão que iria derrubá-lo no chão e ele fica bem confortável no bolso da calça.

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Um detalhe que não pode deixar de ser mencionado: a bandeja do nano-SIM se localiza no botão de volume do Moto Maxx. Uma solução engenhosa, mas que não deixa de ser curiosa.

Tela

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O display do Maxx é outro desbunde, tal qual o do LG G3. A diferença é que por ser menor, 5,2 polegadas contra 5,5″ a densidade da tela sobe para 565 ppi. É absolutamente impossível ver pixels neste display. Só que isso causa um problema: fazer o aparelho se desdobrar para atingir as tais 40 horas fora de uma tomada esbarra em quanto o display consome de energia, já que de longe ele é o mais comilão. A briga por especificações acabou pegando a Motorola aqui, que poderia ter lançado um aparelho que poderia ficar dias sem ser carregado se disponibilizasse um display somente Full HD, já que a diferença aos olhos do consumidor não seria notada.

Moto Coisas

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Moto Tela, Moto Assist, Moto Voz… tudo que foi introduzido no Novo Moto X está presente no Moto Maxx. Embora seja divertido à beça personalizar uma frase e realizar comandos, na maior parte do tempo você o fará para impressionar os amigos. Quando muito eu dizia “acorda parceiro” seguido de “boa noite” para ativar o modo noturno, onde ele não me incomoda com notificações até o horário configurado pelo Moto Assist (ou se eu disser “bom dia”).

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Falando no Moto Assist, este sim é um recurso útil. É possível configurar perfis para quando você estiver em casa (claro, baseado no GPS), em reuniões sincronizando-o com sua agenda, dirigindo ou dormindo. O Moto Tela também é bem útil: ele exibe notificações e basta aproximar a mão do aparelho para ativar a tela, graças aos sensores embutidos. Deslizando o dedo é possível ver o conteúdo da notificação sem desbloquear o Moto Maxx, o que é bem útil em alguns casos.

Multimídia

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Assistir vídeos e séries no Moto Maxx é bem legal, porém a Motorola cometeu uma falha grave aqui: só um alto-falante mata a experiência. O mais estranho é que o Novo Moto G possui som estéreo, e me pergunto o que se passou pela cabeça dos engenheiros para colocar uma tela Quad HD sem necessidade no smartphone e não introduzir mais uma saída de som. Os novos fones de ouvido são só razoáveis, e para completar não ficaram tão confortáveis nas minhas orelhas (o que pode ser um caso específico). Eu me vi tendo que usar fones de terceiros.

Câmera

A câmera de 20,7 megapixels do Moto Maxx é excelente, melhor que as presentes em seus irmãos menores. A abertura f/2,0 ajuda bastante e dificilmente alguém que gosta de tirar fotos com qualidade vai reclamar. É possível tirar fotos boas em dias ensolarados tranquilamente, e mesmo cenas noturnas são capturadas com certa qualidade.

O único porém: como o aparelho não conta com estabilização óptica de imagem, você vai ter que controlar o disparo das fotos na munheca. Ainda assim os resultados são excelentes. Você pode conferir as fotos originais em toda a sua glória aqui.

Bateria

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Finalmente, o que todo mundo queria saber: o Moto Maxx realmente resiste a 40 horas longe de uma tomada? Bem, sim e não. Depende do perfil do usuário e vou deixar bem claro: um power user, para quem o aparelho é dedicado dificilmente chegará nessa marca. Ainda assim dá para passar um dia sem carregar tranquilamente.

Eu testei dois cenários: primeiro, um em que fiz de tudo — redigi textos via WordPress, ouvi música, assisti vídeos no Netflix, redes sociais, GPS ligado o tempo inteiro em Alta Precisão, joguei, uso de 3G, fiz e aconteci. Ele foi dos 100 aos 4% em 26 horas, nada mal.

O segundo cenário foi mais moderado, onde me limitei a ler feeds, ouvir música, ver vídeos em menor escala e acessar redes sociais, ficando a maior parte do tempo no Wi-Fi. Ou seja, um uso atípico para um usuário que usa seu smartphone como um computador de bolso. Somente aí ele atingiu a marca de 39 horas sem um pingo de carga, verificado nesta manhã antes de empacotá-lo novamente. O que se constata é que mesmo com a tela no brilho automático, é o sinal da operadora que força o consumo de energia, e não há uma solução para isso.

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O carregador rápido que a Motorola envia junto com o Moto Maxx é uma boa ajuda nas horas em que você precisa de uma dose adicional de forma rápida: a promessa da fabricante de que ele injeta uma carga de até seis horas em 15 minutos se cumpriu, e é algo assustador: em meia hora a capacidade da bateria salta de 10% para 55%. Já em carregadores convencionais a velocidade de recarga do Moto Maxx é normal.

Especificações:

  • SoC Snapdragon 805, quad-core Krait 450 com clock de 2,7 GHz e GPU Adreno 420 a 600 MHz;
  • 3 GB de RAM;
  • Display AMOLED de 5,2″ com resolução de 2560 × 1440 pixels (565 ppi), com proteção Corning Gorilla Glass 3;
  • 64 GB de espaço interno (com 52 GB disponíveis; sem expansão);
  • Câmera principal de 20,7 megapixels com Flash LED Duplo e HDR, filma em 4K a 30 fps; câmera frontal de 2 Mp;
  • Redes 3G/4G, Wi-Fi, GPS, Bluetooth 4.0 LE, GLONASS, NFC;
  • Bateria: 3.900 mAh;
  • Dimensões: 143,5 × 73,3 × 11,2 mm;
  • Peso: 176 gramas;
  • Android 4.4.4 KitKat; atualização para o 5.0 Lollipop garantida e pode aparecer nas próximas semanas.

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Vale a pena?

Se você não se preocupa com design e quer um aparelho verdadeiramente parrudo, com uma autonomia alienígena e não se importa de gastar um pouquinho mais, ele é para você. Na minha opinião não há um Android sequer no mercado que se compare ao Moto Maxx, aliando a experiência de uso da Motorola com uma performance além de excepcional.

Com preço sugerido de R$ 2.199,00; o Moto Maxx é sem dúvida o mais poderoso Android do mercado.

Pontos Fortes:

  • Bateria (precisa dizer mais?);
  • Câmera excelente;
  • Performance sem paralelo no mercado de Androids.

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Pontos Fracos:

  • Só uma saída de áudio;
  • Traseira tem uma péssima tendência a desfiar.

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