Lilly Ann 8 anos e meio atrás
A corrida por formas sustentáveis de gerar energia não é apenas modinha. Além de fazer os ecochatos pararem de reclamar, também é essencial para que uma nação mantenha seu nível de independência com relação as outras. Energia é poder.
Até agora, os maiores esforços na produção de biocombustíveis estavam concentrados no bom e velho processo de converter o açúcar das plantas em etanol (nosso querido álcool). Entretanto, se quisermos que os biocombustíveis um dia representem algo de significativo frente aos combustíveis fósseis, precisamos aprender a produzir energia feita de alguma coisa que já não possa ser usado como comida, nem por nós, nem por nossos animais. Isso significa trabalhar com algo que não seja açúcar.
O candidato mais promissor é a celulose, um robusto polímero de açúcares que dão as plantas o poder de crescerem muito altas. Quebrar a celulose em açúcares (que depois podem ser convertidos em etanol) não é muito fácil economicamente falando, apesar de muito esforço já ter sido feito para encontrar algum processo que possa funcionar adequadamente. Uma boa saída é utilizar as enzimas de bactérias e fungos que normalmente são responsáveis pela decomposição da madeira.
Mirando nessa nova forma de produção de energia, os EUA anunciaram a implantação da primeira fábrica em escala comercial no país com essa capacidade. O Projeto Liberdade foi instalado em Iowa e é resultado de uma joint venture entre as agências de energia Americana e Holandesa. A planta, com capacidade pra processar até 750 toneladas de resíduos por dia, poderá trabalhar com praticamente qualquer material não comestível proveniente das lavouras de milho: casca, caroço, caule e folhas. Apesar de a intenção ser a de usar os resíduos da produção local de milho, é possível que a fábrica também funcione com outras fontes de celulose, como gramíneas.
A Agência de Energia dos EUA divulgou que o Projeto Liberdade é a primeira de três fábricas planejadas para o futuro próximo. Juntas, as fábricas terão a capacidade de produzir mais de 340 milhões de litros de etanol por ano. Tudo muito bonito não fosse o fato do próprio governo americano ter divulgado que seriam produzidos mais de 4 bilhões de litros ainda em 2013. Parece que eles também estão “correndo atrás da máquina” por lá.
Dito isso, testar como a digestão da celulose em escala industrial se mantém é muito importante para entender se esse tipo de processo pode se sustentar e ser competitivo perante os combustíveis fósseis.
Fonte: AT.