Emanuel Laguna 9 anos atrás
Foto de longa exposição do lançamento da OCO-2, capturada de um observatório em Malibu distante alguns quilômetros da base Vandenberg, Califórnia (Crédito: Stephen Kelly Sullivan)
Em 2009, a NASA lançou sem sucesso a OCO — Orbiting Carbon Observatory, uma sonda espacial que prometia monitorar a origem das emissões de dióxido de carbono em teoria responsáveis pelo aquecimento global efeito estufa.
O problema foi que o satélite nem entrou em funcionamento pois o foguete deu zica: uma das partes que protegiam os equipamentos não se soltou como deveria e a coisa toda caiu no oceano perto do continente Antártico.
Ainda no final daquele ano, o presidente Barack Obama deu aval para construírem um substituto. Cinco anos depois, finalmente temos esse satélite especializado em órbita!
Esse foguete Delta 2 só conseguiu sair do chão na quarta-feira (Crédito: NY Times)
Na madrugada da última quarta-feira, dia 2, o novo satélite da NASA lançado da base Vandenberg da Força Aérea na Califórnia, a OCO-2, conseguiu ficar em órbita a pouco menos de 691 km acima do nível do mar. E o lançamento (às 02:56, horário local, aqui em GMT – 3 era 06 h 56 min) também não foi nada fácil.
A sonda OCO2 era para ter sido lançada na terça, dia 1º de julho, mas a tentativa teve que ser cancelada 46 s antes da contagem regressiva, para que fosse substituída uma válvula no sistema que pulveriza água abaixo do foguete Delta 2 durante a decolagem. Ou não teriam outra plataforma de lançamento, fora o barulho ainda maior.
A um custo de US$ 468 milhões, a sonda OCO2 deve operar por no mínimo dois anos: seu principal objetivo é traçar a distribuição geográfica da origem das novas emissões de CO2 na atmosfera e assim dar aos cientistas uma melhor compreensão de como os ciclos dos gases do efeito estufa influenciam de facto o clima no planeta Terra.
O satélite carrega consigo um instrumento que medirá os níveis de gás carbônico ao observar a intensidade das cores da luz solar que são refletidas da atmosfera terrestre, pois tal molécula absorve algumas cores mas não outras. Isso implica numa órbita síncrona com o Sol, ou seja, um lado da sonda estará em escuridão permanente. Imagine aí a diferença de temperatura entre um extremo e outro.
Qualquer coisa, se a OCO-2 pegar uma gripe, ela vai xingar muito no Twitter! 😆
Enfim, fiquem com o vídeo que mostra o satélite se libertando do foguete, mais uma missão cumprida:
Mais informações: NASA Earth Right Now!