Gilson Lorenti 9 anos atrás
Ontem a internet foi invadida pela notícia de que 20 celebridades americanas foram fotografadas para a revista Vanity Fair ao natural, sem maquiagem e sem manipulações em Photoshop. Estavam na lista nomes como Brad Pitt, Scarlett Johansson, Kate Winslet e Oprah Winfrey. São retratos simples, com iluminação muito parecida e a roupa utilizada pelas celebridades foi a mais simples possível. Bem, até ai nenhuma novidade, pois não é a primeira vez que uma coisa assim é planejada pelas grandes revistas de moda. Mas, temos um grande diferencial quanto ao equipamento utilizado para a captação das imagens. O artista e fotógrafo Chuck Close foi o responsável pelo ensaio. Ele fotografou 20 celebridades e levou alguns meses para completar o trabalho. Mas, no melhor posicionamento artístico, ele botou em prática a filosofia que diz: para que simplificar se podemos complicar?
Chuck fez o que pouca gente faria e se dispôs a fazer os retratos com uma câmera de grande formato instantânea. Nunca ouviu falar disso? Poucos ouviram. Em 1976 a Polaroid decidiu construir uma câmera de grande formato que se utilizasse de filme instantâneo. A iniciativa foi planejada para mostrar a qualidade excepcional do filme profissional colorido Polacolor II que seria disponibilizado para o público em chapas de tamanho de 8x10 polegadas. Entre 1977 e 1978 a Polaroid construiu 5 câmeras deste tipo. Elas são montadas em aço e madeira e trabalham com fotogramas de 20x24 polegadas. Como parte da ação de marketing, a Polaroid construiu um estúdio em Ames Street, em Cambridge, onde convidou diversos fotógrafos famosos para experimentar o equipamento. Em troca, as imagens eram doadas para ficarem na exposição permanente que acontecia no local.
Embora seja gigantesca e o foco seja feita por um fole, o filme não é produzido em chapas (como em algumas câmeras de grande formato). Na realidade ele é feito em rolo, onde na parte interna temos o negativo (que vai ser exposto à imagem), na parte externa o positivo e entre eles a emulsão química para a revelação. Na realidade, é como uma Polaroid compacta, só que em tamanho um pouco maior. Você faz a foto, espera um pouco e depois destaca a foto já em positivo finalizada. Neste ponto é impossível mesmo fazer retoques no Photoshop. Assim como no começo da fotografia, o resultado é uma cópia única. Tudo bem que já foi digitalizada e colocada na revista, mas o original se mantém e, daqui alguns anos, vai valer uma grana preta.
Até hoje algumas dessas câmeras ainda estão em uso e o 20x24 Studio é um ponto comercial que se utiliza da tecnologia para fazer retratos Fine Art com a câmera. Muitos retratos de divulgação de filmes Hollywoodianos famosos foram feitos por lá e a gente nem sabia.
Vejam abaixo um pequeno vídeo da produção.