Carlos Cardoso 9 anos e meio atrás
Quando me passaram o link, imaginei o óbvio e natural: Outro lançamento, outra explosão. Como a Dilma não liberou verba pra AEB comprar licenças do Kerbal Space Program, não podemos explodir foguetes virtualmente, devemos experimentar, para quem sabe em mais 20 anos atingir a mesma expertise dos Alemães em 1945, ou que a SpaceX atingiu em 10 anos.
Mesmo assim, ao menos DESSA VEZ nada deu errado. Errado mesmo só o estagiário do G1, que repetiu duas vezes no texto que o foguete atingir 32 metros de altitude, sem se tocar que o áudio da matéria fala de 32 km, e a distância percorrida, 16 km, só fariam sentido se o foguete fosse um míssil de cruzeiro, tecnologia que o país do Real não domina. Quer dizer, a AVIBRÁS domina, a AEB não.
Claro, a reportagem também não está correta. Falam do “tempo em que o foguete permaneceu no espaço”, mas todas as convenções estabelecem o limite do espaço como 100 km, a chamada Linha de Karman.
Aqui a reportagem do JMTV, com o lançamento.
Claro, não dá pra comparar com os esforços da NASA, da China, da ESA ou mesmo da Agência Espacial Canadense. Talvez nem com a SpaceX, mas é complicado quando nossos esforços de décadas são ofuscados por um grupo de fogueteiros amadores como a Copenhagen Suborbitals. que já faz lançamentos de foguetes de mais de uma tonelada (esse brasileiro tinha 68 kg) e planejam lançar um astronauta no espaço.
Não que sejam os primeiros civis a lançar foguetes no espaço. Em 2004 o pessoal do grupo CSXT inaugurou o hábito. Agora o YouTube está cheio de vídeos com foguetes de indivíduos e grupos de hobbystas cutucando o limite do Espaço:
Estamos gastando dinheiro, muito dinheiro tentando e falhando em replicar tecnologia de décadas atrás, e que grupos de gente com dinheiro sobrando faz pra se divertir.
A crítica não é o dinheiro gasto, mas o dinheiro mal gasto. Faria mais sentido fechar a AEB e contratar os caras da Copenhagen, com a verba que enterramos na AEB eles colocariam um homem em órbita em um ano.
Fonte: dica do Eiras no tuinto.