Redação 16 anos atrás
"quem é o pirata? Não é o trabalhador que nega-se a ser bandido, seqüestrador e traficante e fica 12 a 14 horas por dia no calor, frio ou chuva vendendo sua mercadoria por índice 10. Ou pirata é quem obriga o lojista a vender o mesmo produto por índice 50?"
Paulo Mauf
A declaração acima surgiu no discurso inaugural do Deputado Paulo Maluf, na Câmara dos Deputados, ontem, e tem a deliciosa ironia de colocar um dos políticos mais questionáveis do país na vanguarda da discussão do modelo de negócios das indústrias de software e fonográficas.
Segundo a Folha de São Paulo, ele fez um discurso protestando contra a perseguição ao camelô, ao trabalhador que fica na rua vendendo um CD pirata, pois este é apenas a ponta da estrutura, indústria essa que surge por pura demanda, já que do outro lado temos "impostos pornográficos, direitos autorais altíssimos e lucros exorbitantes".
Tirando a parte dos direitos autorais, o resto faz sentido. O grande problema da pirataria, além da própria cultura do comprador de querer se dar bem, é a ganância dos produtores, que não aceitam um compromisso intermediário.
Fonte: Folha de S. Paulo