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AMD espera que as APUs (inclusive as da Intel) matem o mais lucrativo mercado de placas de vídeo da nVidia?

O mercado das placas de vídeo mais baratas sentirá o impacto das APUs? AMD diz que sim, Intel nem liga e a nVidia parece tremer de medo!

13 anos atrás

No mercado de processadores gráficos dedicados, a fatia de mercado com maior volume de vendas é, de longe, o segmento de entrada (low-end): a maioria dos consumidores compravam placa de vídeo apenas para que a tela utilizada (TV, monitor, etc…) exibisse o que o computador estava a fazer, não necessariamente jogos.

Muitas placas-mãe traziam uma IGP bem simplória que compartilhava os canais de dados da memória principal e tais processadores gráficos low-end obtinham desempenho sofrível perante uma placa de vídeo qualquer.

Laguna_SimpsonsAPU_02ago2011

Kwik-E-Mart: juntamos CPU e GPU para dar aquele descontinho camarada no pacote.

Não raro o pessoal comprava uma humilde placa de vídeo com Radeon 9250/X300 ou GeForce 5200/6200 da vida só para poder desativar a IGP (no caso da Intel, as GMAs sempre foram desprezadas) e utilizar a memória do processador central a 100 %. 8-)

Houve uma época em que podíamos colocar as IGPs como o nível mais baixo do processamento gráfico via hardware… Entretanto, após a aquisição da ATi pela AMD, a Intel investiu pesado em seus processadores gráficos e, embora não tenha lançado quaisquer modelos comerciais de GPUs dedicadas em placas de vídeo, conseguiu a primazia de unir o processador central ao processador gráfico.

Num primeiro momento, tal união era realizada colocando-se os dois chips num mesmo encapsulamento. Logo depois vieram as primeiras APUs propriamente ditas da Intel, que juntavam CPU e GPU numa mesma pastilha de silício. Embora mais fraca economicamente, a AMD não ficou muito para trás e acabou por colocar suas primeiras APUs, tanto no mercado mobile quanto nos desktops.

Durante uma conferência com analistas financeiros, Thomas Seifert, o responsável pelas operações financeiras da AMD, declarou o seguinte:

A longo prazo, parte do comércio [de placas de vídeo] será canibalizado e os processadores gráficos dedicados mais baratos (low-end) serão substituídos pelos produtos similares ao Fusion.

Isso será benéfico para nós [a AMD] porque substituiremos então um negócio [de baixo custo] com baixa margem de lucro na revenda por outro com receita bruta maior [maior valor agregado].

Com tal declaração, a empresa apenas reconheceu o inevitável: uma futura morte do mercado de GPUs dedicadas, em especial aquelas que estão nos modelos mais baratos de placas de vídeo!

E isso graças aos esforços da Intel e da própria AMD em oferecerem desempenho bruto cada vez maior nos processadores gráficos que integram as APUs: se antigamente o diferencial em comprar uma placa de vídeo mais barata era ao menos jogar nas configurações gráficas mínimas, hoje temos até GPGPU e decodificação de vídeos em alta definição pelo hardware desses sistemas “tudo-num-único-chip”.

AMD-Fusion

A arquitetura básica do AMD Fusion.

O tio Laguna lembra que essa canibalização toda não ocorrerá da noite para o dia e a AMD ainda continuará a ofertar GPUs dedicadas ao mercado low-end, afinal quem possui uma plataforma Intel ainda carece de um bom processador gráfico dedicado a jogos! :lol:

Agora sério, até porque os Ivy Bridge prometem brigar com os Llano até no preço baixo lá em 2012: a atual dona da minha querida ATi teve uma bela receita de 1,57 bilhão de dólares no segundo trimestre deste ano (2011), com lucro de US$ 61 milhões em tal período.

Olhando por cima, parece boa notícia graças ao número recorde de chips litografados a 32 nm enviados aos fabricantes, mas ao compararmos com o trimestre anterior (janeiro a março de 2011) vemos uma ligeira queda de 2 %, isso quando não o comparamos com o mesmo segundo trimestre do ano passado, aí a queda seria de cinco por cento.

Pode até ser que a empresa de Sunnyvale tenha enviado número recorde de pastilhas de silício às parceiras, mas o tio Laguna acredita que o valor médio de revenda desses processadores têm diminuído bastante: não me lembro de ver recentemente grandes atuações da AMD no setor de processadores centrais para servidores e desktops. Em tais setores bem lucrativos, só tenho lido sobre as peripécias da Intel para substituir o soquete LGA 1366 pelo LGA 2011 (servidores e desktops entusiastas) e o LGA 1156 pelo LGA 1155 (desktops mainstream), com os consumidores aceitando isso numa boa por raramente encontrarem variedade de opções por parte da AMD no varejo, isso sem contar os Thunderbolt nos novos MacBooks! :shock:

Por isso o tio Laguna fica do lado da Intel, mesmo tendo a carteira esfaqueada: do que adianta a verdinha fenomenal prometer processadores centrais com 10 núcleos se é difícil encontrar nas lojas brasileiras os produtos atuais da AMD?

Laguna_nVidiaTroll_03ago2011

Seja como for, o lado vermelho da AMD nunca me decepcionou: bons rumores dão conta de que veremos a família Radeon HD 7000 (codinome Southern Islands) nas lojas até o final deste ano e com chips litografados a 28 nm bem antes da nVidia!

A declaração do Thomas Seifert deve deixar o caro Jen-Hsun Huang com longas noites mal dormidas: a nVidia só tem a perder com as APUs, afinal ela não possui as licenças x86 para produzir um concorrente à altura em tal ramo específico…

Até considero os processadores ARM como tendo excelente performance por clock, mas o tio Laguna não dá tanta bola para o hype que os leigos fazem dos Tegra. Pelo menos não no momento.

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