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Diablo IV: Vessel of Hatred — De volta a Santuário

Trazendo muitas novidades interessantes ao Diablo IV, Vessel of Hatred torna um jogo que já era muito bom, em um ainda melhor

14/10/2024 às 9:45

Hoje o Diablo IV é um jogo bastante diferente daquele que recebemos há pouco mais de um ano. Com diversas atualizações desde então, muitas delas baseadas no feedback dos jogadores, a Blizzard Entertainment conseguiu transformar o que já considerava bom, em algo muito melhor, mas as pessoas que continuavam se divertindo com o título ainda queriam uma grande expansão. Pois o Vessel of Hatred está entre nós e se o que você queria era novidade, pode comemorar.

 Diablo IV: Vessel of Hatred

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Continuando do gancho deixado no fim da campanha do jogo principal, Vessel of Hatred nos colocará para seguir os passos de Neyrelle. Após aprisionar um importante personagem em um cristal, a garota fugiu para a floresta de Nahantu e com sua vida correndo perigo, deveremos tentar encontrá-la antes que o mal se apodere de seu corpo.

Para aqueles que não quiserem encarar toda a campanha, a expansão nos permite começar direto nela e após participarmos de uma pequena introdução, nosso personagem sofrerá uma emboscada e será resgatado por um ancião em Nahantu. Essa é a região adicionada em Vessel of Hatred, um lugar com floresta fechada, ruínas de civilizações antigas e claro, vários monstros novos para serem derrotados — ou nos destruir.

Além da nova área (e que difere bastante do que tínhamos até então), quem adquirir essa expansão também terá acesso a uma nova classe, o Natispírito. Descrito pelo jogo como “o maior predador da floresta”, ele é um personagem que se escora na agilidade e pode ser comparado ao Monge do Diablo III, com seus ataques a curta distância.

 Diablo IV: Vessel of Hatred

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Porém, esses guerreiros estão diretamente ligados aos espíritos da floresta e conforme evoluem, passam a contar com a ajuda de quatro animais guardiões: centopeia, águia, jaguar e gorila. O interessante é que cada espírito está relacionado a um elemento e assim somos incentivados a usar todos em nossos ataques.

Isso faz do Natispírito uma das classes mais complexas do Diablo IV, já que ela pode, ao mesmo tempo, penalizar os inimigos graças ao veneno da centopeia; explorar a agilidade e mobilidade baseadas em eletricidade da águia; atacar agressivamente com o fogo do jaguar; e contar com a redução de danos fornecido pelo gorila.

Como em ARPGs nunca gostei de classes focadas em ataques a curta distância, não posso dizer que o Natispírito tenha me conquistado.  No entanto, entendo que ele seja uma adição valiosa ao elenco do Diablo IV e tenho certeza que muitas pessoas adorarão cruzar o mapa do jogo espalhando seus espíritos animais.

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Já uma novidade presente no Vessel of Hatred e que me ganhou logo de cara são os mercenários. Agora, após um certo ponto da expansão seremos apresentados a um sujeito que se nos oferecerá a oportunidade de lutar ao nosso lado e adorei como isso pode mudar bastante a dinâmica do Diablo IV.

Além de contar com uma habilidade inicial, quanto mais o mercenário lutar ao nosso lado, maior será o nível de afinidade com ele e conforme o nível subir, o personagem ganhará novos poderes que serão definidos por nós.

Esse sistema serve como motivação para termos o guerreiro nos acompanhando e como haverá outros três para serem desbloqueados, caberá ao jogador decidir qual melhor se encaixa no seu estilo de jogo. Além disso, até dois mercenários poderão nos acompanhar, sendo que o segundo atuará apenas como suporte, sendo invocado sempre que realizarmos alguma ação específica (e definida previamente).

A lamentar, a necessidade de começarmos a campanha da expansão para podermos utilizar os mercenários. Embora o personagem que nos dá acesso a eles esteja relacionado a essa parte da história, seria melhor se a Blizzard tivesse implementado uma maneira de os desbloquearmos na campanha principal, pois eu adoraria poder ter a colaboração deles também ali.

Digo isso porque os mercenários foram criados para nos ajudar enquanto estivermos jogando sem a companhia de outras pessoas e para quem prefere uma experiência single-player, esse é um recurso que, além de tornar nossas vidas um pouco mais fácil, contribui para a imersão, pois passa a ideia de que não salvaremos mais o mundo sozinhos.

Temporadas: ame-as ou odeie-as

 Diablo IV: Vessel of Hatred

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Contudo, talvez você esteja se perguntando porque eu iria querer jogar a campanha Diablo IV novamente e a explicação está nas temporadas. W aqui falarei sobre algo que provavelmente desagradará quem gosta da maneira como elas funcionam no jogo.

O problema está na impossibilidade de utilizarmos nas temporadas os personagens que já temos. Ou seja, se você quiser aproveitar tudo o que a sexta temporada (que começou com o Vessel of Hatred) tem a oferecer, obrigatoriamente terá que criar um novo personagem. Em um jogo como o Diablo IV isso não deverá ser um problema, já que muitas pessoas têm o costume de criar personagens novos de tempos em tempos, porém, essa é uma exigência que me desagrada.

Para mim, um dos aspectos mais legais de um ARPG é tentar construir o personagem mais poderoso possível, mas se preciso criar um novo a cada três meses, essa busca pelo “topo da cadeia alimentar” acaba me parecendo sem sentido. Sim, eu poderei continuar usando meu guerreiro e o evoluindo no servidor Eterno, mas assim perderei acesso às novidades que chegarem com a próxima temporada e pior, não poderia jogar com os amigos que tiverem aderido a ela.

Mas tudo, o que mais me desagrada é saber que, quando a atual temporada terminar, perderemos acesso a ela e eventuais mudanças que trouxe. Essa rotação é interessante, pois permite à Blizzard manter novidades que funcionaram e descartar outras que o público não gostou. Contudo, acredito que o melhor seria termos a opção de continuar jogando em uma temporada específica, tendo acesso aos eventos e equipamentos disponibilizados nela.

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

No entanto, esse é um “problema” que não surgiu agora e que de forma alguma a expansão merece ser criticada por causa dele. Esse esclarecimento feito, gostei do que vi no Vessel of Hatred, principalmente por ele expandir a história do Diablo IV e nos levar a uma nova região.

Para aqueles que gostam de espremer tudo o que um jogo tem a oferecer, a expansão ainda nos dará acesso à Cidade Subterrânea de Kurast e ao Andarilho dos Reinos, um monstro imenso que, ao ser derrotado, abrirá um portal para um lugar chamado Ruptura. Esses dois conteúdos são bastante desafiadores e tem como objetivo nos premiar com equipamentos melhores, para assim termos alguma chance de encarar o endgame, em especial a Cidadela Sombria.

Disponível apenas na dificuldade Suplício I, o lugar é voltado para as partidas multiplayer para até quatro pessoas, com a coordenação e cooperação entre os jogadores sendo fundamental para terem sucesso. Felizmente, a Blizzard adicionou a Busca de Grupo, área em que poderemos pesquisar pessoas para realizar essa e outras atividades presentes no jogo.

Mesmo assim, a Cidadela está disponível para quem quiser encará-la sozinho, mas conseguir sair vivo dessa masmorra se mostrará um desafio e tanto, mesmo para os jogadores mais experientes e mais bem equipados.

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Além disso, a chegada da expansão trouxe mudanças mesmo para quem não a adquirir. Agora o Diablo IV permite que os personagens evoluam até o nível 60 e as dificuldades padrão e suplício foram separadas. As classes que já existiam também receberam uma nova habilidade ativa e outras cinco passivas, fazendo com que a evolução dos guerreiros seja bem diferente daquela que tínhamos até a implementação desses ajustes.

Outra novidade que deverá agradar os fãs mais antigos da franquia são as runas. Disponível apenas para quem possui a expansão, esse sistema vindo diretamente do Diablo II permite a combinação de dois tipos de runas para que, por exemplo, possamos usar a habilidade de uma classe em outra. Isso pode ajudar muito nos níveis de dificuldades mais altos, além de permitir que o jogador alcance um maior grau de personalização.

Ou seja, é seguro dizer que nunca houve um momento melhor para encararmos o Diablo IV. Seja você um novato que nunca deu a merecida oportunidade ao jogo, seja um veterano que há muito não retornava a algum personagem que criou desde o lançamento do jogo, há tantas novidades aqui, que estamos falando quase de um novo jogo.

A única coisa que me entristece é saber que não poderei aproveitar meu necromante na temporada que recém-iniciou — e já tem uma data (aproximada) para morrer.

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