Carlos Cardoso 4 anos atrás
Monitorar padrões migratórios de aves é algo que os cientistas fazem faz tempo, mas hoje em dia é tudo muito mais eficiente, com rastreadores menores, GPS e baterias solares, só que nem tudo é festa no Russian Raptors Research and Conservation Network e seu monitoramento de águias migratórias.
Nos velhos tempos a gente via nos programas matutinos de sábado cientistas com antenas espinha de peixe, no meio do mato escutando bipes. Eles captavam transmissores colocados em animais, que funcionavam apenas por algumas semanas (os transmissores, não os animais) e não informaram nada além de, bem, bip.
Hoje temos transmissores digitais com geolocalização via GPS, alimentação solar e capazes de funcionar indefinidamente. A transmissão de dados usa rede celular, algo que está espalhado em boa parte do mundo, e é padronizado o suficiente para funcionar de forma simples e transparente.
Ao menos era o que Igor Karyakin e seus colegas pesquisadores estavam planejando. Suas pesquisas identificaram padrões migratórios detalhados das águias européias (as africanas não são migratórias).
Só que eles esbarraram em um problema. Os rastreadores usam mensagens via SMS para reportar a posição das águias, e quando não há sinal de celular, eles guardam na memória os registros, deixando pra enviar depois.
No verão as águias monitoradas migraram para o Cazaquistão, que como todos sabem tem Potássio de excelente qualidade e as prostitutas mais limpas da região, mas a cobertura de celular fica a desejar. O resultado? Quando as águias resolveram continuar sua migração, rumaram para o Irã e o Paquistão, e o custo dos SMS foi pras nuvens.
Normalmente a operadora usada pelo instituto de pesquisa cobra entre 2 e 15 rublos (R$0,13 e R$0,94) por mensagem, mas os custos de roaming no Irã são astronômicos. Cada SMS está saindo por R$3,07, e cada águia está enviando centenas de mensagens acumuladas.
O Instituto não sabe mais o que fazer, Putin não libera exatamente uma fortuna de verba para pesquisas de coisas que não façam cabum, e o orçamento do projeto estourou completamente.
Os cientistas tiveram que pediu um empréstimo, e depois montaram um financiamento coletivo para tentar manter os chips das águias funcionando. A esperança agora é que consigam pagar as contas até o começo do verão do Hemisfério Norte, quando as águias voltam pra Rússia, onde as ligações são mais baratas.
Fonte: Yahoo