André Fogaça 4 anos atrás
Como tem acontecido nos anos mais recentes, em agosto a Samsung renova sua linha mais cara de smartphones, que neste ano é o Galaxy Note 10 e Note 10 Plus. Nesta geração o maior e potente aparelho da marca chega em até 6,8 polegadas de tela e o finalmente a Samsung resolveu adotar um carregador rápido que é rápido de verdade.
Assim como aconteceu com o Galaxy S10, tirando a versão econômica e bem avaliada do S10e, o Galaxy Note 10 pode ser comprado em uma versão maior e outra maior. A menor de todas está longe de ser pequena e ocupa 6,3 polegadas de display, que é 0,1 polegada menor do que o único Note9 do ano passado. Se você acha que o céu é o limite, então a versão Plus pode te agradar e sugar mais de sua vida financeira, com tela de 6,8 polegadas.
Ter praticamente a tela de um tablet de 7 polegadas é uma coisa de outro mundo, mas o corpo do Note 10 Plus tem basicamente o mesmo tamanho do Note9 do ano passado.
Galaxy Note 9 (esq.) e Note 10 (dir.)
Isso significa que as bordas estão menores, bastante ao ponto da câmera frontal ficar em um furo no meio da parte de cima da tela. É uma solução engenhosa e sem a parte móvel do A80, que demonstra fragilidade da estrutura.
Infelizmente a ideia bastante errada do Galaxy A80 de não vir com entrada pra cartões microSD aparece no Galaxy Note 10, o menor mesmo. Se você escolher ele, abre mão da expansão da memória interna (que tem 256 GB e, sério, é o suficiente pra 95% das pessoas do planeta) e isso me faz lembrar exatamente as piadas que a Samsung fazia com o iPhone, que até então era um dos únicos sem expansão. Pois é Samsung, morder a língua deve doer, não?
Se você achou que morder a língua com microSD era demais, calma: a Samsung também seguiu a Apple e agora permite carregador rápido pros dois Galaxy Note 10, mas pra isso você precisa comprar um carregador especial de 45 watts que não vem na caixa. Também é uma piada que está no vídeo acima (em inglês) e que mostra que fazer dinheiro é mais interessante, mesmo quando a piada vira de lado.
Achou que acabou? Não! Sabe o fone de ouvido que você tem, de alta definição e que custou caro? Vai precisar de um dongle pra poder usar no Galaxy Note 10 e rezar pra que a bateria esteja cheia, ou que você encontre uma base pra carregamento sem fios por perto. Escutar música com um dongle e carregar por cabo a bateria é impossível de acontecer ao mesmo tempo. Ah, claro, a inspiração na Apple vai até pra este dongle, que não vem na caixa e você precisa comprar extra.
Meus amigos, o capitalismo funciona assim. Ele não faz amigos, ele faz contratos - e não tem nada errado nisso, mas você precisa aceitar ou mudar de escolha na hora de comprar um smartphone.
Tá, os dois aparelhos entregam mais do que apenas uma inspiração bastante forte por ideias da Apple. Os dois seguem com processador Exynos no Brasil e Snapdragon 855 pra poucos países, como é o caso dos Estados Unidos o motivo que a Samsung diz ter baseado a escolha é pra melhor compatibilidade com redes 2G e CDMA. Ok, tá.
Este Exynos é de 7 nanômetros e isso certamente ajuda na eficiência energética, já que tanta tela assim exige mais energia pra mostrar o conteúdo.
Um dos recursos mais bacanas de toda a linha Note é a caneta S Pen, que até então era só uma canetinha com ótimos resultados, já que utiliza tecnologia da Wacon pra poder identificar onde está na tela - com precisão cirúrgica. No Note9 ela já entregou mais ao ter Bluetooth e bateria de meia hora de uso, que era recarregada em segundos - sério, segundos.
Agora ela dura dez horas e pra recarregar por completo a bateria, basta seis minutos dentro do Galaxy Note 10. É o tempo de ir no banheiro e tomar uma água depois de lavar as mãos. Com tanta energia extra, a S Pen agora pode ser reconhecida de uma distância maior e controla o smartphone por gestos. Parece mimimi, mas isso é interessante pra quem é o público do Galaxy Note: povo corporativo e que produz conteúdo.
Eu nunca me importei com a S Pen e isso não muda agora, mas se eu preciso controlar uma apresentação, ou algo do tipo, ficaria feliz com os novos recursos e que são captados por sensores como acelerômetro.
Ah, estes sensores podem ser explorados por desenvolvedores, já que a Samsung liberou o SDK da S Pen. Boa!
Os dois Galaxy Note 10 contam com três câmeras, mudando apenas um sensor extra no Plus e que é o responsável por medir a distância entre o objeto e o aparelho. O conjunto mostra uma lente que aproxima o objeto (telefoto) e que tira fotos em até 12 megapixels, outra de mesma resolução e que faz fotos com grande angular e a última que é ultrawide e de 16 megapixels.
Nesta última lente a Samsung deve ter notado a besteira que fez no A80, que tem lente ultrawide com metade desta resolução. Este tipo de lente coloca mais informação na foto e diminuir a resolução por aqui é a pior escolha possível. O resultado é sempre ruim, mas com o Note 10 isso muda e essa lente tem mais resolução do que a principal. Acertou, Samsung!
Por outro lado, a câmera frontal agora tem abertura de f/2.2, mais escura do que a abertura de f/1.7 da geração passada e f/1.9 do Galaxy S10. Este número maior significa que menos luz entra em qualquer situação, em qualquer foto. Fotos durante o dia não vão sofrer com isso, mas as noturnas vão. Mesmo se a Samsung abusar de pós-processamento, o que não é nada bom, o resultado será inferior (bastante inferior) ao que conseguia o Note do ano passado.
Claro que mais detalhes sobre isso dependem de um review, que acontecerá assim que os dois Galaxy Note 10 chegarem por aqui. Geralmente a Samsung leva pouco tempo entre o lançamento mundial e o que acontece no Brasil. Eu só digo uma coisa: preparem os bolsos, pois até lá fora os Galaxy Note 10 são caros.
Pra mais detalhes sobre as especificações dos Galaxy Note 10 e Note 10 Plus, incluindo preços, é só clicar aqui e acompanhar nossa nota de lançamento.