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Lança-chamas é pivô de briga entre Elon Musk e Roberto Escobar

Irmão de Pablo Escobar e ex-número 2 do Cartel de Medellín acusa CEO da The Boring Company de roubar ideia para lança-chamas recreativo

5 anos atrás

A The Boring Company, empresa de Elon Musk que está investindo no Hyperloop, tem um outro produto que todo mundo achou que fosse uma piada a princípio: um lança-chamas. O "Not a Flamethrower" (sério, esse é o nome) foi uma ação limitada, todos os 20 mil foram vendidos por US$ 500 cada, mas a história não acabou aí.

O tal "brinquedo" se tornou o centro de uma acusação de roubo de ideias, vindo de ninguém menos que Roberto Escobar, irmão do Pablo (sim, aquele), cofundador e contador do Cartel de Medellín; em seu tempo a maior rede de tráfico de drogas do mundo.

Lança-chamas da Escobar Inc. vs. Not A Flamethrower da The Boring Company

Lança-chamas da Escobar Inc. (acima) e Not A Flamethrower do Musk (abaixo). Tirem suas conclusões

Antes de mais nada vamos contextualizar: quando em dezembro de 1992 o cerco ao cartel apertou e Pablo Escobar foi morto pela polícia colombiana, Roberto, conhecido como "El Osito" ("ursinho" em espanhol) se entregou no ano seguinte para evitar o mesmo destino e ficou preso por 14 anos. Em 2014 ele licenciou o sobrenome da família e fundou a Escobar Inc. em parceria com um empreendedor sueco chamado Olof Gustafsson, que atua como CEO da companhia.

Entre outras coisas, Roberto Escobar vive de fazer passeios turísticos com curiosos na residência da família e quando encontra tempo, abre processos como o contra a Netflix, em que exigia US$ 1 bilhão pelo suposto uso não autorizado de sua história e de seu irmão em Narcos (a ação foi abandonada depois). Voltemos à The Boring Company.

De acordo com o site TMZ, a Escobar Inc. afirma que um engenheiro ligado a Elon Musk visitou a empresa sediada na Califórnia durante o verão de 2017 (entre junho e setembro no hemisfério norte); durante conversas entre as equipes Escobar teria mencionado que a empresa pretendia lançar um "lança-chamas de brinquedo", referência a um protocolo que ele e Pablo tinham que por em prática na época do Cartel: destruir (queimar mesmo) parte do dinheiro que eles estocavam, pois a quantia era tão grande que ratos costumavam invadir os depósitos e roer as notas. Só para dar uma ideia, estima-se que na época o grupo faturava US$ 60 milhões (não corrigidos pela inflação, que dão hoje R$ 224 milhões) por dia.

Não muito tempo depois, em janeiro de 2018 a The Boring Company anunciou o Not a Flamethrower, que seria voltado para recreação por ter curto alcance, mas ainda é capaz de machucar. Embora ele não tenha sido muito bem recebido pelas autoridades (Nova Iorque está tentando criminalizar o porte de equipamentos semelhantes, citando o lança-chamas de Musk nominalmente), a Escobar Inc. colocou o seu produto no mercado, que é virtualmente idêntico e custa a metade do preço, US$ 249.

As vantagens: primeiro, não é uma oferta limitada e segundo, o vídeo promocional:

Ao mesmo tempo, a Escobar Inc. anunciou que está "considerando as opções legais" para processar a The Boring Company por espionagem industrial, ao ter roubado a ideia do "brinquedo" e tê-lo colocado no mercado antes. Pelo Twitter, Musk tratou de deixar claro que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, ou quase isso:

O site The Next Web entrou em contato com Olaf Gustafsson para conseguir uma opinião sobre o tweet de Musk. O CEO da Escobar Inc. disse o seguinte:

"O tweet de Elon mostra que ele é culpado. É muito importante entender que no momento, uma das pessoas mais ricas do mundo reconheceu seu erro ao escrever 'ele não é um lança-chamas, sr. Escobar', o que mostra sua tentativa de reduzir sua culpa. Ele basicamente admitiu o roubo! Nós vamos até o fim, disso eu tenho certeza. Elon sabe onde nos encontrar."

O site também entrou em contato com Roberto Escobar e a resposta do ex-número 2 do Cartel de Medellín é sensacional, considerando todos os exageros:

"Elon, nós dois sabemos que você me roubou e ficarei contente em resolver esta questão por US$ 100 milhões, em ações da Tesla ou dinheiro. Eu vou vencer na corte e você vai perder bem mais que isso. Talvez eu acabe como o novo CEO da Tesla após o julgamento? Lembre-se, nos anos 1980 você era só um garotinho, enquanto eu dominava o mundo. Você fez alguns bilhões, até US$ 20 bilhões, que era o que eu costumava lucrar em duas semanas, meu caro. Vamos resolver isso como cavalheiros. Mande as ações da Tesla para a Escobar Inc."

Claro, a natureza da grana que Escobar costumava fazer não parece vir ao caso.

Até o momento nem Elon Musk ou a The Boring Company se manifestaram sobre as declarações de Gustafsson e Escobar, mas se querem minha opinião, um duelo de lança-chamas seria uma boa forma de resolver essa peleja.

Com informações: The Next Web.

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