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Mortal Kombat 11 — Review

Mortal Kombat 11 chega para abalar as estruturas dos jogos de luta, com aquele que é o mais violento, absurdo e excelente título da série

5 anos atrás

Mortal Kombat 11 é o mais novo capítulo da sanguinolenta franquia de luta da NetherRealm Studios, e sem exagero, é um dos mais violentos e absurdos de toda a série, o que é um ponto para lá de positivo. Ele traz novas mecânicas para atrair lutadores novatos, sem irritar os veteranos, e inúmeros modos de jogo que farão a alegria dos kombatentes por muito tempo.

Mortal Kombat 11

Afinal, a NetherRealm executou um Fatality bem aplicado? Descubra na análise a seguir.

Mortal Kombat no Túnel do Tempo

A trama de Mortal Kombat 11 dá sequência nos eventos vistos no último jogo. Raiden acabou infectado pelo poder de Shinnok e virou uma versão sem compaixão de si mesmo, acreditando que a filosofia "o ataque é a melhor defesa" é a mais adequada para defender o plano terreno de quem quer que seja. O problema, é que suas ações colocam todos os seus aliados em risco.

Só que esse Raiden é logo tirado da equação com a chegada de Kronika, a deusa anciã do tempo, que coloca um plano para resetar completamente a linha temporal atual e criar uma outra, onde o deus do trovão não existirá. Só que ao fazer isso, ela traz para o presente diversos kombatentes do passado, inclusive alguns que já estavam mortos e/ou convertidos em zumbis, como Liu Kang, Kitana, Jade, o próprio Raiden, Baraka, Skarlet, e o perigoso Shao Khan, derrotado e morto em Mortal Kombat (o reboot de 2011).

"Um Johnny Cage incomoda muita gente..."

O modo História, introduzido no longínquo Mortal Kombat vs. DC Universe (2008) só foi refinado de lá para cá, mas foi em Injustice 2 que ele foi expandido consideravelmente, ganhando a opção de controlar mais de um personagem por capítulo e dois finais distintos (aqui só há um final).

Você ainda vai assistir mais do que lutar pelas mais de duas horas do modo, mas é inegável que a NetherRealm se esforçou em criar um background para seus personagens, o que ela faz muito bem.

Outstanding!

A NetherRealm gastou tudo o que tinha desta vez, e na parte gráfica, os personagens estão mais bem definidos do que nunca. Essa sempre foi uma reclamação pertinente nos jogos das séries Mortal Kombat e Injustice, mas em Mortal Kombat 11, a qualidade das texturas impressiona, e os personagens não parecem mais "fantoches".

A desenvolvedora também resolveu mexer profundamente na apresentação de vários personagens, até para alinha-los com o background: embora Sub-Zero e Scorpion terem sido sempre orientais, eles nunca foram desenhados como tais, até agora. Culpa dos dois primeiros MK, onde Ed Boon e John Tobias não tinham grana para nada, e tiveram que se virar com Daniel Pesina fazendo mocap de todos os ninjas, além de Johnny Cage; essa decisão involuntária de design permaneceu por anos.

O mesmo vale para Kitana, que ganhou traços chineses, e Jade, que agora é uma árabe étnica. Ainda sobre as mulheres, a decisão de cobri-las da cabeça aos pés, algo que já foi ensaiado em Mortal Kombat X, foi muito criticada e elogiada na mesma medida por jogadores e cosplayers (homens e mulheres), mas como na internet a Regra 34 é a Lei, eu diria que o público ganhou novas opções para testarem sua criatividade.

Mas Liu Kang continua desfilando seu tanquinho para todo lado, afinal, ele sempre foi um cover do Bruce Lee, então está dentro do personagem.

Sobre o jogo em si, a cadência das lutas foi ajustada e está agora mais lenta. Isso foi feito para permitir que novatos possam apreciar o game em sua plenitude, e não sofram horrores nas mãos de jogadores veteranos, ou do computador. Ao mesmo tempo, os combos continuam extremamente bem elaborados, e quem manja ainda poderá usar de estratégias avassaladoras para esmagar seus inimigos.

Os golpes de Raio X foram substituídos pelo chamado Fatal Blow, de mesmo efeito. Entretanto, ele só pode ser ativado quando você ou o inimigo tiver menos de 30% de energia restante, e só pode ser executado com sucesso uma vez por luta. Se você errar, levará um tempo até ele estar disponível de novo. O efeito visual, como sempre, é um show.

E sobre o visual, desnecessário dizer que Mortal Kombat 11 continua sangrento e exagerado a beça: os Fatalities continuam a farra de sempre, e você pode finalizar seu oponente arrancando o cérebro com um espeto, usa-lo como para-raios após impala-lo; usar o torso dele ou dela como boneco de ventríloquo, martelar a cabeça dele até ela sair voando pela bunda (é sério!), entre outros absurdos.

Essa é a parte mais legal de Mortal Kombat desde sempre: a série é tão, mas TÃO violenta que se torna deliciosamente ridícula, uma mistura de Faces da Morte com Monty Pyhton, e a reação é sempre cair na gargalhada a cada novo Fatality ou Brutality descoberto.

Mortal Kombat 11

Essa doeu até nos meus antepassados

Test Your Might

Para um jogador, há o modo das Torres Klássicas, onde você pode desbloquear os finais individuais de cada um dos personagens, entre velhos conhecidos e novas caras, como Geras, Kollector, Cetrion e Frost, que já havia aparecido antes, mas nunca foi selecionável, e pode ser habilitada jogando o modo História. Entre outras opções, além de Shao Kahn, haverão pelo menos mais seis personagens via DLC, mas rumores indicam que serão nove.

Já o modo Torres do Tempo é similar ao modo Multiverso de Injustice 2; ele oferece torres disponíveis por tempo limitado, com modificadores diversos, para testar a resiliência do jogador. Dependendo da dificuldade, as recompensas podem ser muito boas, indo desde moedas virtuais a itens consumíveis, e os tão cobiçados itens de customização de personagens, desde skins a equipamentos.

Para quem gosta de dificuldade, as Torres do Tempo são o desafio ideal, e obrigatório para quem deseja coletar todos os itens de seu kombatente favorito.

A quantidade de lutas, os modificadores, as condições de vitória, os itens recebidos, tudo varia e muda de tempos em tempos. Uma vez terminado o tempo, a torre desaparece e dar lugar a outra completamente diferente, o que é muito bom para manter o fator replay do game por muito tempo.

Kontos da Kripta

O outro modo obrigatório para os caçadores de equipamentos é a Kripta, basicamente uma caça ao tesouro. Presente desde Mortal Kombat (2011), aqui você controla um personagem genérico (que pela primeira vez, pode ser visto e controlado livremente) vagando pela ilha de Shang Tsung, e sua missão é desbrava-la completamente.

Você pode abrir inúmeros baús e coletar seus pertences, mas cada um cobra um preço, que pode ser dinheiro virtual, corações, ou fragmentos de alma, dependendo do valor dos itens. Para navegar, você precisa usar alguns itens encontrados pelo mapa, como o martelo de Shao Kahn, útil para quebrar paredes e portas frágeis, ou vasos e caixas pelo cenário, que também escondem dinheiro, embora pouco.

A Kripta também possui uma forja, onde você pode utilizar receitas para criar equipamentos mais poderosos, e artesãos que trocarão seus itens por outros melhores. Na essência, é um modo de grinding, e você vai precisar de muita grana virtual para desbloquear tudo.

Em essência, quem deseja habilitar todos os equipamentos será obrigado a jogar muitas horas, principalmente nas Torres do Tempo, para acumular riquezas necessárias para coletar tudo o que há na Kripta.

Mortal Kombat 11 e a Festa da Kustomização

O modo de customização de Mortal Kombat 11 coloca o de Injustice 2 no chinelo, simples assim. Diferente do primeiro, não são os lutadores que ganham níveis, mas sim seus equipamentos, e quanto mais você lutar, mais poderosos eles se tornam.

A cada nível, eles ganham espaços que permitem colocar novas habilidades, e além da aparência, eles fornecem uma série de atributos e vantagens.

Só que a NetherRealm foi além: cada lutador possui duas versões pré-customizadas, com visual e golpes, e não mais três como em Mortal Kombat X, porque você criará a terceira (e outras mais, conforme os slots abrirem). Você pode equipa-lo como quiser, usar a skin que desejar, e trocar até mesmo alguns de seus golpes especiais. Enfim, deixar o seu personagem favorito com a sua kara.

Isso é excelente, porque permite ao jogador definitivamente criar um lutador que melhor se adeque ao seu estilo de luta, respeitadas as limitações (nem todos os golpes são substituíveis) e evoluir os itens e armas que mais utiliza, para fazer miséria principalmente no modo online, contra outros jogadores.

Sobre a localização para o Brasil: eu notei o sumiço de algumas legendas aqui e ali, mas nada muito preocupante. Já a dublagem ficou muito, mas MUITO melhor do que a de Mortal Kombat X, principalmente graças a um trabalho de direção de verdade. Isso posto, é bom deixar claro que a cantora Pitty, que emprestou sua voz a Cassie Cage na época, foi vítima de uma direção inexistente, e o trabalho no game como um todo foi ruim.

Desta vez a direção de dublagem ficou a cargo de Júnior Nannetti (Dragon Ball Super, e que você provavelmente conhece pelo canal Loop Infinito); o elenco conta com nomes de peso como Wendel Bezerra, Wellington Lima, Tânia Gaidarji, Fernanda Bullara, Ricardo Juarez, Ettore Zuin, Adriana Pissardini e Leonardo Camillo, entre outros.

No áudio original, a atriz e lutadora de MMA Ronda Rousey dubla Sonya Blade, e desta vez, você pode mudar o som sem ter que trocar a língua do sistema, o que é uma coisa boa.

Konclusão

Mortal Kombat 11 é um dos melhores, se não o melhor game da franquia. A jogabilidade foi ajustada para permitir que os velhacos se divirtam, ao mesmo tempo que se tornou amistosa o bastante para os novatos, que vão sofrer menos.

A NetherRealm fez uma série de ajustes visuais, com os personagens mais bonitos e realistas que já criou, detalhes de roupas, dentes voando, sangue e vísceras em abundância, para manter a marca gore da série, e outras decisões de design que deixam o game mais crível e diverso, e menos Samba do Ninja Doido.

Mortal Kombat 11

O modo História continua excelente, e os modos de exploração da Kripta e das Torres do Tempo vão propiciar horas e horas de diversão, principalmente para quem deseja colocar a mão em todos os itens de customização; isso é necessário para criar os kombatentes mais poderosos que puder, e com o visual que você quiser, para usa-los principalmente nos confrontos online.

O som não faz feio, a dublagem foi localizada de forma excepcional, as músicas são envolventes e a dificuldade é equilibrada, e todo o conjunto dos fatores fazem de Mortal Kombat 11 um dos melhores jogos de luta dos últimos anos, e ponto de referência para os próximos AAA do gênero.

Eu mal posso esperar por um Injustice 3 com toda essa qualidade.

Mortal Kombat 11 — Ficha Técnica

  • Plataformas —PS4, Xbox One, Nintendo Switch e Windows via Steam (análise baseada na versão para PS4 Pro);
  • Desenvolvedora — NetherRealm Studios;
  • Distribuidora — Warner Bros. Interactive Entertainment;
  • Preço — R$ 249,99 para PS4, R$ 249 para Xbox One, US$ 59,99 para Nintendo Switch e R$ 199,99 para Windows;
  • Classificação Indicativa — 18 anos.

Pontos Fortes

  • O modo História, sempre sensacional;
  • As melhores texturas de personagens que a NetherRealm já entregou;
  • Jogabilidade mais cadenciada atrai novos jogadores, mas sem decepcionar os veteranos;
  • Vários modos de jogo garantem o fator replay por muito tempo.

Pontos Fracos

  • Você vai ter que jogar MUITO para liberar todos os itens de customização.

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