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Denúncia: Telegram é conivente com a pirataria desenfreada em seu app de mensagens

Telegram é acusado de leniência ao lidar com canais que compartilham conteúdo protegido por direitos autorais ilegalmente; filmes, séries e músicas, entre outros podem ser facilmente encontrados e baixados, e responsáveis são protegidos pela criptografia e ferramentas como os bots.

6 anos atrás

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CO-NI-VEN-TE!!!

O Telegram mal foi bloqueado na Rússia e já arranjou outra dor de cabeça: um artigo do The Outline revela que a plataforma se tornou o porto-seguro dos piratas e vários canais compartilham filmes, séries, músicas e outros conteúdos protegidos por direitos autorais ilegalmente, com mais segurança e confiabilidade do que a Locadora do Paulo Coelho porque o Telegram não faz nada a respeito.

O Telegram sofre com pressões externas há algum tempo e não apenas da Rússia, onde como era de se esperar o app ainda é utilizado graças às boas e velhas VPNs (a parte engraçada é que membros do governo local também o fazem); a Apple por exemplo, de modo a manter sua postura de empresa 100% família e carola bloqueia todos os canais que compartilham conteúdo NSFW em seus dispositivos, e já chegou a banir o app de sua lojinha quando este foi pego compartilhando pornografia infantil.

A diferença é que ao contrário do que acontece com o WhatsApp, todos os arquivos enviados pelos usuários ficam armazenados nos servidores do app e com isso a maçã entendeu que a empresa era responsável; o ban só foi revertido quando a empresa eliminou os conteúdos e se comprometeu a ser mais rígida com os usuários nesse sentido.

Como os canais secretos do Telegram oferecem criptografia de ponta a ponta (algo que é padrão no WhatsApp para todas as formas de comunicação), a plataforma oferece espaço teoricamente ilimitado para compartilhar o que quiser e para completar, ela não se dá ao trabalho de ficar de olho no que anda circulando em seus servidores (com o argumento da privacidade acima de tudo, defendida pelo CEO Pavel Durov), os piratas fazem a festa.

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O procedimento é simples: os piratas sobem grandes arquivos como filmes completos, episódios de séries, álbuns de músicas e qualquer outro tipo de conteúdo protegido por copyright que vocês imaginar diretamente para os servidores do Telegram, de modo que os membros dos canais secretos possam baixá-los quando e como quiserem. A vantagem sobre a Locadora é que não há a necessidade de comunicação P2P, nem há a possibilidade dos mesmos serem derrubados porque a startup finge que não vê.

A reportagem conversou com administradores desses canais e estes disseram que diferente do que acontece no Facebook, em que a rede social vive derrubando suas páginas o Telegram não se importa e os deixa em paz; denúncias não seriam levadas a cabo e todo mundo vive feliz, menos os donos dos conteúdos protegidos.

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Um exemplo de canal compartilhando o filme Star Wars: Os Últimos Jedi; os arquivos estão armazenados nos servidores do Telegram

A plataforma é tão sólida e conveniente não só pelas proteções fornecidas pela criptografia, mas também pelas ferramentas que permitem o uso de bots que mesmo os membros desses canais secretos não sabem quem os administra. É quase o crime perfeito, o Telegram não demonstra grande interesse em ir atrás dos responsáveis ou mesmo de derrubar os canais e assim, não fazer uso de tais canais chega quase a ser uma subutilização do mensageiro instantâneo. Ele basicamente possui tudo pronto para a distribuição de conteúdo ilegal de forma simples e sem dores de cabeça para todos os envolvidos.

Em nota, o porta-voz Markus Ra disse que o Telegram está constantemente melhorando suas ferramentas de moderação de conteúdo público e que "novos desafios" surgem conforme a plataforma cresce; Durov já disse anteriormente à Motherboard em 2015 que enquanto à frente do VK, ele teve que lidar com um cenário em que "praticamente tudo compartilhado pelo app era ilegal", e ao que tudo indica o cenário está se repetindo por sua insistência em proteger a privacidade dos usuários, ao mesmo tempo em que oferece ferramentas poderosas para o compartilhamento de conteúdo.

Fonte: The Outline.

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