Gilson Lorenti 7 anos atrás
Em 2013 nós anunciamos aqui no MeioBit um projeto com financiamento coletivo no IndieGoGo que tinha por objetivo colocar no mercado a câmera Panono. E o que diabos era isso? Uma câmera esférica que tinha por objetivo fazer fotos em 360º de forma simples e rápida.
Quem idealizou o brinquedo foi o inventor alemão Jonas Pfeil e a premissa é interessante. O brinquedo tem o tamanho de uma bola de softball, é produzida em plástico resistente e possui 36 câmeras espalhadas pelo seu corpo. Ao jogar a bola para cima, os sensores do equipamento calculam quando ela vai chegar ao ápice e acionam as 36 câmeras para realizar um único disparo. Após a foto ser realizada o aparelho junta todas as fotos em uma panorâmica de 360º com 72 megapixels de resolução e que pode ser baixada via Wi-Fi em um dispositivo móvel ou enviada para a nuvem em um serviço de armazenamento da própria Panono. Assim como apontado por seu inventor, fazer panorâmicas de objetos parados é muito fácil, mas de pessoas se mexendo já é um pouco mais complicado. E esse problema é resolvido facilmente pela captura instantânea da Panono.
O objetivo da campanha de financiamento era arrecadar US$ 900 mil para começar a produção. É um objetivo alto? Sim, era, mas a campanha fechou com arrecadação de US$ 1,2 milhão. A promessa era que as primeiras unidades chegariam até os apoiadores em setembro de 2014, o que acabou não acontecendo. Em fevereiro de 2015 um segundo protótipo do produto foi apresentado, o que deu um pouco de esperança para quem já tinha investido uma grana no produto. Porém, alguns meses depois, a câmera começou a ser enviada apenas para venda em varejo e por um preço 3 vezes maior do que o que foi pago pelos investidores. A suposição era que a empresa queria levantar recursos com a venda no varejo para poder entregar o produto para os investidores, mas o produto encalhou nas lojas.
E hoje ficamos sabendo que a empresa alemã que é responsável pela produção da Panono abriu um processo de insolvência em Berlim, o que praticamente sepulta a probabilidade dos investidores receberem o produto ou receberem o seu dinheiro de volta. A mídia alemã informa que o processo de falência foi iniciado há mais de uma semana, mas não há nada informando isso no site da empresa ou qualquer comunicado foi feito aos apoiadores. Outro ponto a ser levantado é que a versão que foi vendida aos consumidores no varejo utiliza os servidores da empresa para produzir a foto panorâmica. Ou seja. com tudo fechado o equipamento se torna inútil.
Esse é apenas mais um capítulo em uma longa novela de produtos que foram financiados de forma coletiva e simplesmente não foram produzidos, pois as empresas quebraram no meio do caminho. Isso mina a confiança dos investidores neste tipo de projeto.
Fonte: Petapixel.