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Alienware m16 R1: cuca quente e pronto para decolar

Alienware m16 R1 tem poder bruto para rodar games mais exigentes, mas laptop de ponta da Dell segue esquentadinho, e agora, também barulhento

07/06/2024 às 13:37

O Alienware m16 R1 é o mais recente lançamento da linha de laptops gamer de ponta da Dell. Substituto do m15 R7, e informalmente também do x17, ele chega com um belo display 16:10 com resolução Quad HD, e o poderoso (e comilão) processador Core i9-13900HX da Intel, prometendo ser mais do que o suficiente para rodar games exigentes com qualidade.

Claro, nem tudo é perfeito: assim como em gerações anteriores, o design mais sóbrio do notebook cobra seu preço em aquecimento, e agora também em um ruído bastante alto das ventoinhas durante sessões de jogos.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Afinal, o Alienware m16 R1 entrega o que promete? Eu o testei por duas semanas e conto o que achei dele a seguir.

Nota de transparência

Fundado em 2004, o Meio Bit publica análises opinativas com o intuito de ajudar os leitores a tomarem sua própria decisão de compra, seja de um gadget, um game, ou um serviço/software/app.

Nós sempre fomos francos em nossas opiniões, e destacamos pontos positivos e negativos dos produtos de igual maneira, não importando a origem dos mesmos, como forma de manter a integridade e transparência do site.

Ninguém externo à redação do Meio Bit teve acesso a este texto de forma antecipada, bem como não houve nenhum tipo de interferência, pagamento, ou direcionamento da Dell, ou de terceiros, em relação ao seu conteúdo.

O notebook Alienware m16 R1 foi fornecido pela Dell por empréstimo; ele será devolvido à empresa após os testes.

Design e conectividade

O design básico do Alienware m16 R1 é o mesmo do m15 R7, que já era idêntico ao R6. Ao que tudo indica, a Dell estabeleceu uma identidade visual sólida para a linha, de modo a torná-la atraente não só ao gamer, mas também a profissionais que precisam de máquinas parrudas, mas que não gostam de visuais chamativos demais.

As únicas coisas que denunciam sua natureza voltada a jogos seguem sendo a cabeça do alien na tampa e no botão Liga/Desliga, o "16" na tampa, agora em baixo-relevo, e os LEDs extras, no que estes podem ser desligados; o usuário tem a opção de usar esquemas de cores mais discretos para o teclado, abrindo mão do carnaval padrão.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

A tela segue fixada ao corpo do laptop em um suporte mais estreito, mas ainda sólido, e as saídas de ar nas laterais, partes superior e traseira são úteis para manter as temperaturas controladas... ou assim esperávamos (mais sobre isso a seguir).

Já na parte das portas, a Dell voltou a dotar parcialmente decisões de design mais antigas, concentrando quase todas na parte traseira. Lá você encontra, além da entrada de energia, a porta HDMI 2.1 (4K a 120 fps), uma Mini DisplayPort 1.4, um leitor de cartões SD, o que é sempre bom ter nativo, uma USB-A 3.0 (velocidade de 5 Gb/s; o fabricante usa a rocambolesca nomenclatura oficial "USB 3.2 de 1.ª geração", mas não se confunda), e a grande novidade, duas Type-C com USB 4 Gen 2 (20 Gb/s), Thunderbolt 4 (40 Gb/s), e Power Delivery a 15 W.

Embora ambas suportem DisplayPort 2.0, entregando uma resolução até 8K, elas são mais interessantes graças à enorme velocidade na transferência de dados, ótimo para profissionais que precisam movimentar arquivos realmente grandes em pouco tempo, sendo assim, mais um apelo para o consumidor não-gamer.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Do lado esquerdo, vendo o m16 R1 de frente, estão as duas portas restantes, sendo uma Ethernet, uma USB-A 3.0 com PowerShare, e uma P2 com suporte a fones de ouvido e microfones; do lado direito, não há nada.

A adição de mais portas, especialmente a Mini DisplayPort e o leitor de cartões, se explica por este notebook ser uma espécie de sucessor da linha x17, que sempre teve uma pletora de conexões extras; pelo visto, a Dell promoveu o Alienware m16 R1 ao posto de topo de linha, e encerrou a variante maior.

No mais, as mudanças referentes a uma tela maior e um sistema de refrigeração (em teoria) robusto, fizeram o Alienware m16 R1 engordar um pouquinho, chegando a 3,25 kg, contra 2,42 kg do m15 R7. Incluindo o peso da fonte (1 kg), este não será um campeão de portabilidade, fazendo com que entre na categoria dos "deskbooks", laptops usados mais como estações estáticas, tal qual um desktop.

Tela e som

Com a linha de 17" supostamente descontinuada, a m15 teve que comer o cogumelo do Mario e crescer, mas não muito, com sua tela passando de 15,6" para 16". A solução que a Dell encontrou, para manter as dimensões mais ou menos parecidas entre as gerações, foi mudar a proporção do display, que sai da 16:9 ou widescreen, e adota a 16:10.

A resolução proporcionalmente ainda é mesma. Temos um LCD IPS com 2.560 x 1.600 pixels, com taxa de atualização de 240 Hz (há um modelo com deliciosos 480 Hz, mas de 1.920 x 1.200 pixels; este não veio para o Brasil), e tempo de resposta de 3 ms, um a mais quando comparada à do m15 R7, mas isso definitivamente não é um problema.

Nos testes, a tela apresentou alta qualidade no brilho e reprodução das cores, como se espera de qualquer IPS que se preze, com direito ao suporte mais do que obrigatório ao Dolby Vision, em se tratando de sua faixa de preço; já em games, a resposta rápida permitiu curtir títulos competitivos sem estresse, graças ao G-Sync da Nvidia.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Já o som deu uma leve regredida. Se no m15 R7 tínhamos dois alto-falantes de 2,5 W, aqui encontramos dois de 2 W, ainda com suporte a Dolby Atmos. O áudio continua alto e com poucas distorções em volumes altos, mas a qualidade está dentro do esperado para um notebook, apenas cumpre tabela.

Como sempre, quem busca maior qualidade sonora será mais feliz com fones de ouvido, ou caixas de som externas.

Teclado, touchpad e câmera

O kit é o mesmo encontrado no m15 R7. Temos um teclado ABNT2 de design compacto, sem o teclado numérico (uma preferência minha, como já disse várias vezes), o que deixou laterais bem espaçosas. Mesmo sem a opção de teclas mecânicas da Cherry, outra opção de customização que não veio para o Brasil (de novo, aliás), sua construção sólida permite uma digitação suave, sem surpresas.

O touchpad, por sua vez, apresenta as mesmas características de resistência e precisão do modelo anterior. Sendo sincero, a Dell teria que se esforçar muito para errar aqui.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Já a câmera embutida me surpreendeu positivamente. Embora a maioria das pessoas não dê atenção a este componente, em tempos de maior adesão ao home office, o kit integrado precisa trazer o mínimo de qualidade aceitável, que na minha visão, começa com resolução de 1080p, para viabilizar videoconferências decentes.

Dito isso, a Dell tirou finalmente o escorpião do bolso, e colocou no m16 R1 uma câmera Full HD, após anos e anos insistindo que 720p era, assim como 640 KB de memória RAM, suficiente para todo mundo.

Sim, eu sei que Bill Gates nunca disse isso.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

No mais, a câmera embutida conta novamente com um sensor infravermelho que, aliado ao Windows Hello, habilita o login no sistema usando seu rosto como chave biométrica, e o recurso não falhou nenhuma vez.

Desempenho e autonomia

O Alienware m16 R1 enviado pela Dell para o review conta com uma configuração que não está mais disponível para venda no Brasil (falaremos sobre isso mais para a frente). Temos aqui o processador Intel Core-i9 13900HX, um Raptor Core de 24 núcleos que alcança até 5,4 GHz, a placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 4070, com 8 GB de RAM GDDR6, e 32 GB de memória RAM DDR5 a 4.800 MT/s, conforme checado nos testes, mas a placa-mãe suporta até 64 GB a 5.600 MT/s.

Sobre a RAM, é importante mencionar que os fabricantes estão aos poucos substituindo os MHz por milhões de transferências por segundo, por este ser um método de medição mais preciso, e daqui por diante, também passaremos a adotar MT/s em nossas análises. Continuando...

Na parte do armazenamento, temos o mesmo SSD NVMe M.2 encontrado no desktop Aurora R15, um PCIe 4.0 de 1 TB da fabricante japonesa Kioxia. Embora essa empresa seja pouco conhecida pelo público consumidor, seus componentes são de excelente qualidade, conforme atestado mais uma vez pelo CrystalDiskMark, o mais confiável (e fofo) software livre para diagnóstico de unidades de armazenamento.

Desempenho do SSD no CrystalDiskMark (Crédito: Reprodução/Noriyuki Miyazaki/Crystal Dew World)

Desempenho do SSD no CrystalDiskMark (Crédito: Reprodução/Noriyuki Miyazaki/Crystal Dew World)

O grande problema, 1 TB é muito pouco espaço para um laptop gamer, bastaram 5 games AAA instalados e mais da metade dele foi para a cucuia. Assim, é imprescindível usar a segunda entrada M.2, que vem vazia por padrão.

Focando no que interessa, o desempenho geral do Alienware m16 R1 não decepciona, nos testes com o Geekbench, estes foram os resultados:

  • CPU: 2.750 pontos (single-core), 16.849 (multi-core);
  • GPU: 114.534 pontos (OpenCL).

Na hora de jogar, ele mostra a que veio e roda qualquer jogo exigente em configurações altas, mas isso tem um preço. O Nvidia Advanced Optimus é inteligente o bastante para detectar o que estamos fazendo, e ao abrir um game, muda do modo Silencioso padrão para o Desempenho, passando a usar a 4070 ao invés da GPU integrada, o mesmo valendo no sentido contrário, sem errar nenhuma vez.

O Optimus também força as ventoinhas para manter as temperaturas controladas, porém, não é bem o que acontece. Primeiro, o laptop esquenta um bocado, chegando a 100° C em testes de estresse, e cravando 85° C durante sessões de jogos, sendo a culpa obviamente do Core i9-13990HX.

Os processadores Raptor Lake topo de linha da Intel são poderosos, mas com um TDP de 55 W, o presente aqui consome muita energia e gera muito calor, que as quatro ventoinhas não dão conta de reduzir. No fim, o sistema é obrigado a reduzir o clock do chip, de 5,4 para 4,9 GHz, quando as coisas esquentam demais, e a queda no desempenho pode passar de 20%.

O segundo problema, diretamente ligado ao primeiro, são as ventoinhas, bem barulhentas. Enquanto comportadas em situações corriqueiras, ao começar a jogar, o modo Desempenho força elas a darem 120% de si, e como resultado, o ruído é altíssimo. Você pode até pensar que o Alienware m16 R1 vai sair voando, mas não.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

De qualquer forma, o desempenho geral do Alienware m16 R1 é o que se espera de um notebook gamer. Em meus testes, estas foram as marcas alcançadas:

  • Forza Horizon 5 (Extremo): 125 fps (média), 132 fps (pico);
  • Battlefield 2042 (Ultra): 105 fps (média), 120 fps (pico);
  • Grand Theft Auto V (configuração máxima): 162 fps (média), 170 fps (pico);
  • Overwatch 2 (Épico): 125 fps (média);
  • Fortnite (Épico): 125 fps (média), 141 fps (pico).

De novo, não dá para exigir mais de um notebook equipado com um processador tão comilão, tanto que diferente da variante com processadores AMD Ryzen (outro que não veio para o Brasil), o modelo com o Core i9-13900HX vem na caixa com a já mencionada fonte de alimentação de 1 kg, que injeta 330 W no m16 R1, do jeito que o processador da Intel gosta.

Falando da autonomia em si, o laptop resistiu a 5 horas de uso mundano, ou seja: navegação, redes sociais, pacote Office e streming de áudio; nem me atrevi a tentar ver filmes pela net, muito menos jogar, sem que ele estivesse conectado na tomada, pré-requisito em ambos cenários.

Na hora de carregar, a fonte levou duas horas para completar a bateria de 86 Wh e 6 células, uma marca até esperada.

Software e extras

Mais uma vez, a Dell joga com seu software proprietário, como o Alienware Command Center, pré-instalados no Windows 11 Home. Ele monitora o estado geral do notebook, de uso de CPU, GPU e memória, às temperaturas correntes, e permite configurar os LEDs do hardware à vontade.

Ele também conta com um modo de ajuste fino das ventoinhas, mas você dificilmente conseguirá fazê-las resfriarem o processador mais do que o modo pré-configurado faz.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Fora isso, temos a experiência padrão do Windows 11, o que é uma coisa boa; a Dell, como toda fabricante, têm seus bloatwares e faz questão de instalá-los, mas o pacote da Alienware não é tão desnecessário (claro, há opções melhores), e não há tanta coisa já presente no laptop ao tirá-lo da caixa.

Conclusão

O Alienware m16 R1 é, sem sombra de dúvida, um dos notebooks gamer mais potentes no mercado atualmente, mas isso diz respeito à versão testada. Como mencionamos acima, a unidade enviada ao Meio Bit para os testes não está mais disponível no varejo, a única configuração à venda, no momento em que este review vai ao ar, conta com 16 GB de RAM DDR5 ao invés de 32 GB, e a GPU Nvidia GeForce RTX 4060 de 8 GB, ao invés da 4070.

Com exceção do Windows, que você pode optar pelo home ou Pro, tudo o mais não pode ser customizado.

Alienware m16 R1 (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Dito isso, o preço de R$ 11.699 na versão com Windows 11 Home (coloque mais R$ 400 e leve o Pro) é um tanto salgado, mas ele não possui concorrentes diretos, ao menos não com essa configuração. O mais próximo é o Avell Storm Go, equipado com a RTX 4070, a mesma presente no laptop do review, mas o processador é o Core i7-13700HX, embora venha com o mesmo espaço no SSD e também 32 GB de RAM. Preço? R$ 14.125, em promoção.

Por fim, a Dell repete erros cometidos em gerações anteriores, em que a linha Alienware passou a sofrer com aquecimento graças a um design mais slim e simples, para atender quem não é gamer e vender mais, e chega a ser insano ver que a companhia não é mais a que pratica os maiores preços do varejo.

No mais, volto a repetir, por mais bizarro que possa parecer, a linha de notebooks da Alienware tinha menos problemas de cuca quente, quando eles realmente se pareciam com OVNIs.

Notebook Alienware m16 R1 — Ficha Técnica

  • Processador: Intel Core i9-13900HX, 24-core Raptor Lake com clock de até 5,4 GHz (TurboBoost) e 36 MB de memória cache;
  • Placa de vídeo: nVidia GeForce RTX 4070, com 8 GB de RAM GDDR6;
  • Memória: 32 GB de RAM DDR5 a 5.600 MT/s (expansível até 64 GB);
  • Armazenamento: SSD de 1 TB NVMe M.2 (slot PCIe 4.0), segundo slot NVMe M.2 PCIe 4.0 livre;
  • Tela: LCD IPS de 16 polegadas;
  • Resolução: 2.560 x 1.600 pixels, proporção 16:10;
  • Taxa de atualização: 240 Hz;
  • Tempo de resposta: 3 ms;
  • Teclado: Padrão ABNT2, retroiluminado;
  • Câmera: 1080p, com infravermelho para reconhecimento facial;
  • Conectividade: Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.3;
  • Portas: 1x HDMI 2.1, 1x Mini DisplayPort 1.4, 2x Type-C com USB 4 Gen 2x2 (20 Gb/s), Thunderbolt 4, DisplayPort 1.4 e Power Delivery de 15 W (5 V/3 A), 2x USB-A 3.0 (uma com PowerShare), 1x Ethernet, 1x leitor de cartões SD, 1x P2 para fone de ouvido/microfone;
  • Bateria: 86 Wh e 6 células;
  • Alimentação: Adaptador CA de 330 W;
  • Dimensões: 36,89 x 28,99 x 2,54 cm;
  • Peso: 3,25 kg;
  • Sistema operacional: Windows 11 Home.

Pontos fortes:

  • Potência para games recentes;
  • Ótima tela, em resolução e taxa de atualização;
  • Nvidia Advance Optimus alterna entre modos Desempenho e Silencioso, sem errar.

Pontos fracos:

  • Esquentado, como era de se esperar;
  • Ficou pesadão, e com a fonte então...
  • Muito, mas MUITO barulhento.

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