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2010 - O Ano dos eReaders. PS: Não compre

14 anos atrás

A CES deste ano foi tomada por eReaders. A Tinta Eletrônica, antes ficção chegou para ficar. O Amazon Kindle foi o produto mais vendido da Amazon.com e venderam mais livros eletrônicos em 2009 do que livros físicos.

O preconceito com a falta de cor não está sendo realmente significativo, as pessoas pelo visto perceberam que todos os livros de adulto são em preto-e-branco. Mesmo assim leitores coloridos já estão aparecendo também.

Mesmo empresas não muito dadas a inovação, como a RCA, apresentaram modelos. A estrutura de pegar carona em redes 3G está sendo replicada, e quando um de meus amigos menos geeks ganha da namorada igualmente não-geek um Kindle, e gosta, tenho que reconhecer que “inclusou”.

skiff

O modelo acima tem excelente resolução, 1600x1200, tela de 29,2cm, ridículos 6,8mm de espessura, uma semana de bateria, WIFI, 3G, 4GB de memória, slot para cartão SD, alto-falante, entrada de headphone, etc, etc, etc. É um Skiff, ainda não tem preço definido.

Vale a pena comprar?

Não.

Os preços ainda estão inflacionados pelo hype da novidade. Os mais baratos custam US$250,00. A estrutura ainda está muito amarrada aos vendedores, formatos proprietários imperam e a própria questão da propriedade intelectual não está bem resolvida.

Ano passado a Amazon fez algo impensável, e com o pior título possível: Após um imbroglio com os detentores do Copyright, assumiu uma postura Big Brother e apagou remotamente dos Kindles dos usuários cópias vendidas de 1984.

A medida horrorizou todo mundo, resultando em um pedido de desculpas de Jeff Beezos onde a medida foi chamada de estúpida e impensada. Só que o que ela fez foi mostrar que o Rei está nu, que embora tenhamos pagado por por eles, os livros legalmente adquiridos não são necessariamente nossos.

Não consigo conceber uma livraria invadindo minha casa para retomar um livro vendido por engano, então não concebo isso sendo feito eletronicamente.

Portanto, em vista de tudo isso acho melhor esperar.

Esperar por uma política de preços menos baseada no hype e mais baseada no valor real dos produtos. Não faz sentido um leitor de eBooks custar o mesmo que um netbook completo.

Esperar por uma maior unificação de formatos e lojas. diminuindo a dependência dos vendedores originais. Ninguém compraria um Dell que só funcionasse (ou funcionasse nitidamente mais adequadamente) com programas comprados no lojinha da Dell. Por quê comprar um leitor de ebooks que só é realmente amigável com uma loja?

Esperar subsídios reais para aceitar situações como as do parágrafo anterior. Se é para me prender à loja, que banquem a parte do leão.

Esperar a chegada definitiva dos modelos coloridos, que com certeza já existem em laboratórios, mas estão sendo retardados para aproveitar o interesse que já existe nos modelos monocromáticos.

Pode parecer estranho pregar paciência para uma tecnologia tão reconhecidamente útil e satisfatória como ebooks, mas é exatamente por isso que o estou fazendo. Acredito que eReaders serão tão fundamentais e presentes em nossas vidas, em um futuro próximo, que devemos pressionar fabricantes atrás dos melhores modelos possíveis, não dos melhores que estão dispostos a liberar no momento.

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