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Projeto Lily chega ao fim

A Lily Robotics fechou as portas antes de entregar o seu produto aos consumidores. Um problema que agora envolve até a justiça norte-americana.

7 anos atrás

Vocês se lembram do Lily. A ideia, que surgiu em 2015, era a de criar um drone pequeno e simples de ser operado. Ele seria ativado simplesmente ao ser jogado para cima e, através de um transreceptor acoplado ao braço do seu dono, ele iria seguir o usuário realizando filmagens e fotos de maneira quase automática. Tudo simples e fácil de ser utilizado. O vídeo de apresentação era fantástico e a empresa prometia que as primeiras unidades seriam entregues aos consumidores no começo de 2016. Para colocar o projeto em andamento as pré-vendas iniciaram em maio de 2016 e cada unidade estava sendo vendida pelo preço promocional de US$ 499,00 (quando entrasse em produção o preço seria de US$ 999,00).

Pois bem, o que era doce acabou amargando.

No dia 12 de janeiro a empresa responsável pela fabricação e distribuição do Lily enviou um comunicado aos clientes dizendo que o sonho havia acabado. No texto os co-fundadores da empresa Antoine e Henry diziam que desenvolver um novo drone com capacidades tão específicas como o Lily não era uma tarefa fácil e que eles colocaram todos seus esforços nessa missão, porém não iriam conseguir cumprir o prometido e entregar o produto. Na verdade, a empresa afundou por não conseguir novos empréstimos no setor privado para viabilizar a produção e transporte. A desconfiança dos bancos possui um motivo muito forte. No começo das operações a empresa conseguiu captar US$ 15 milhões de financiamentos privados e a pré-venda do produto injetou nos cofres da empresa US$ 34 milhões e, mesmo assim, eles não conseguiram colocar no mercado um produto que, teoricamente, já estava quase pronto.

Mesmo prometendo devolver todo o dinheiro das pré-vendas para os consumidores, um novo fato acabou por azedar o caldo. No dia seguinte ao comunicado da empresa de que não conseguiria entregar os drones vendidos, o escritório do procurador do distrito de São Francisco revelou que estava processando a empresa. A promotoria estava investigando a Lily Robotics nos últimos meses e agora está fazendo uma acusação muito dura. Segundo eles, o Lily não existe e o vídeo de apresentação do protótipo foi encenado. Ou seja, foi utilizado um drone já existente no mercado adaptado com a carcaça do que seria um Lily. O drone do vídeo seria operado por duas pessoas para seguir  o indivíduo que deveria ser o usuário do aparelho. Além disso, o escritório da promotoria afirma que os clientes da Lily Robotics estão tendo problemas consideráveis ao exigir o reembolso do dinheiro pago.

Com base nisso, o promotor George Gascón conseguiu uma liminar na justiça obrigando a empresa a devolver imediatamente todo o dinheiro que recebeu nas pré-vendas. Ou seja, o prego que faltava no caixão. Segundo ele “não importa se uma empresa está estabelecida ou se é uma startup, todo mundo no mercado deve seguir as regras. Ao proteger os consumidores, protegemos a confiança em nosso sistema de comércio”.

Essa nova forma de produção onde a empresa quer desenvolver um novo produto, seja em pré-venda sou em um financiamento coletivo, vem apresentando esse tipo de problema nos últimos anos. Vários projetos no Kickstarter não chegam a entrar em produção mesmo atingindo a meta estipulada por seus proponentes. Desenvolver produtos, encarar a logística de distribuição e achar parceiros tecnológicos para tirar um projeto do papel não é fácil e possui seus riscos.

Fontes: Petapixel, SFGate e DIY Photography.

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