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O que está por trás da lentidão do YouTube?

Você provavelmente já passou por esse problema, independentemente da velocidade de sua conexão. Enquanto assiste sem problemas a um filme em HD na Netflix, um simples vídeo do YouTube, muitas vezes em resolução baixa, precisa ser pré-carregado.

11 anos atrás

Youtube Loading

Você provavelmente já passou por esse problema, independentemente da velocidade de sua conexão. Enquanto assiste sem problemas a um filme em HD na Netflix, um simples vídeo do YouTube, muitas vezes em resolução baixa, precisa ser pré-carregado (o famoso buffer manual), caso contrário fica parando toda hora. Em outros casos o vídeo simplesmente deixa de rodar quando você alterna para tela cheia. Os anúncios do início funcionam sem problemas, ao menos os primeiros 5 segundos, já que não há registro de alguém no mundo que tenha assistido além disso.

Aí vem a pergunta: qual o problema que torna tão difícil assistir a vídeos online?

Teorias da conspiração à parte, os maiores provedores de acesso à internet mundo afora negociam quanto uma rede deve pagar à outra para que seus serviços rodem macio. Quando a negociação falha, é o seu vídeo que trava.

Essas negociações envolvem acordos entre empresas para fazer com que o tráfego de dados e cache de vídeos passem por peers próximos ao local onde você mora para que o conteúdo carregue rapidamente no seu navegador, similar à maneira com que funciona um CDN (serviço que distribui o conteúdo de um site entre servidores mundo afora e decide de onde ele será servido conforme a localização).

Quando uma provedora de acesso à internet não fecha negócio com o Google, por exemplo, o conteúdo dos vídeos terá que viajar muito mais para chegar à sua casa, resultando no desempenho precário.

Alguns exemplos dessas negociações envolvem a Time Warner recusando o serviço de cache gratuito da Netflix, em janeiro de 2013; além disso, há disputas para que o Google compense uma operadora de internet pelo tráfego que envia para seus servidores (você pode ver todos os casos desse tipo no link da fonte).

Esse tipo de manobra passa longe dos olhos do usuário, que acaba culpando sua conexão ou o site que está tentando acessar (alguém já tentou assistir a qualquer vídeo do VideoLog? Aquilo trava toda hora mesmo com a pior das qualidades possível).

Você geralmente não nota esse tipo de problema com páginas normais de texto e imagens, mas vídeo precisa de mais poder de processamento. O problema se torna pior no horário nobre, quando o acesso a serviços como YouTube e Netflix atinge seu pico.

A internet passa a ideia de todos os computadores do mundo conectados, mas na verdade é composta de várias redes controladas por empresas, uma ligando-se à outra. E todas visam lucro, já que são empresas privadas. Então, na hora de negociar como o tráfego será passado de um ponto para outro, o bicho pega.

Essas redes, que operam na base da internet, conhecidas como Tier 1, ditam as regras de tráfego mundo afora, e por isso você é afetado, esteja no Brasil ou no Nepal.

E ganância. O Google, por exemplo ofereceu à várias operadoras seu serviço gratuito de cache global (Google Global Cache), que reduziria bastante o problema de lentidão. Algumas aceitaram, outras, no entanto, querem ser pagas para usar o sistema gratuito, veja você. A Netflix passa por problema idêntico com seu sistema Open Connect.

No final das contas, tudo acaba em dinheiro.

Fonte: Ars Technica.

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