Rodrigo Ghedin 12 anos atrás
Chegou o Lion, novo felino da família OS X. A última versão do sistema operacional para computadores Apple traz diversas características do irmão menor para telas sensíveis, o iOS, e divide opiniões.
A Apple diz que o Lion aproxima as duas experiências, o que, de fato, se confirma com a inclusão de alguns recursos tais como rolagem "natural" (invertida), Launchpad e outros detalhes que remetem imediatamente ao iPhone/iPad. Se é um ponto positivo ou negativo? Difícil dizer, mas acredito que é um passo adiante em vez de retrocesso.
De fora, a sensação é a de que o Lion é o "beta" de uma nova mentalidade para sistemas desktop. Não só pelos toques a la iOS; existem outros pontos, como a supressão do salvamento manual de trabalhos, que reforçam essa ideia. O sistema operacional fica mais simples para o usuário final, não só o da Apple; o próximo Windows também trará uma experiência de uso mais amena, com detalhes herdados do Windows Phone 7.
Start screen do Windows 8.
Quem trabalha com computadores a tempo suficiente para saber o que é um endereço IRQ tende a torcer o nariz para essa simplificação, a tachá-la de "emburrecimento" até. Embora eu discorde dessa visão, entendo o motivo da discórdia. Nessa transição há uma espécie de troca: pela facilidade, abdicamos de algumas liberdades.
Tais liberdades não dizem muito à maioria que só quer ligar o PC, ouvir uma música, atualizar o Facebook e escrever o trabalho da faculdade. A liberdade perdida é, no grosso, importante apenas para heavy users e quem, por qualquer motivo que seja, não consegue ou não quer se livrar de velhos hábitos.
Quem gosta de escovar bits tem e sempre terá opções. Pode mexer com alguma distro Linux obscura, ou partir para atividades mais hardcore/úteis, como automação, robótica ou mesmo programação. Sempre há espaço para quem quer ir além do arroz e feijão. O que a Apple começou e a Microsoft começará a fazer é melhorar o sabor e dar pratos e talheres mais refinados para quem se contenta com o básico. E nisso, meus amigos, não há mal algum.