San Picciarelli 12 anos atrás
Engenheiros de Bletchley Park em Buckinghamshire (RU) reconstruíram os Tunny, super computadores utilizados para crackear códigos em mensagens secretas dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
As réplicas, agora totalmente funcionais, foram refeitas a partir de manuais antigos do projeto que foram descartados.
Os Tunny foram responsáveis por quebrar a cifra de Lorenz no auge da guerra. Os códigos eram roto-cifrados a partir de uma espécie de teletipo artesanal, os Lorenz SZ40, SZ42A e SZ42B, também conhecidos como "Fish".
Os criptógrafos de Bletchley Park acabaram deduzindo toda a operação funcional dos Fish em 1942, sem nunca nem sequer terem visto uma Lorenz antes. Isso ocorreu por conta de um vacilo de um operador alemão durante a guerra.
Em 30 de agosto de 1941, uma mensagem de 4500 caracteres foi transmitida para além das linhas inimigas mas, por algum erro, a mensagem não foi recebida totalmente. O operador alemão enviou em resposta um pedido não-codificado para a retransmissão, provavelmente pela emergência da mensagem.
Isso permitiu aos crackers britânicos em Bletchley sacarem o que estava acontecendo, uma vez que a mensagem foi enviada de volta com as mesmas configurações de caracteres (HQIBPEXEZMUG), uma prática proibida durante a guerra.
Para piorar ainda mais para os alemães e facilitar para a Inglaterra e aliados, quando a segunda mensagem de retorno foi retransmitida (certamente contendo abreviações e acrônimos para ser lida mais rapidamente), ela continha apenas 4000 caracteres, tornando o cracking ainda mais rápido.
Nestes dois casos, o criptólogo John Tiltman e sua equipe conseguiram recuperar ambos texto e chaves e, a partir deste último, toda a estrutura dos Fish foi remontada por William Thomas Tutte, provavelmente o mais proeminente cracker de todos os tempos.
Nasciam então os Tunny, que após o final da guerra foram destruídos pelo próprio governo britânico para renascerem nas últimas semanas, novinhos em folha.