San Picciarelli 13 anos atrás
Na semana passada o Comitê para Assuntos de Segurança Nacional dos EUA, conduzido pelo Senador Joe Lieberman, inflamou debates escamosos na imprensa. O comitê estaria passando adiante um projeto de lei conhecido equivocada/polemicamente como “Internet Kill Switch” (algo como aquele comando Unix/Linux ao qual sempre recorremos quando alguma coisa estanca. Imagine um grande botão vermelho...).
Não menos estancado é um dos focos da lei, que objetiva dar ao Presidente do país autoridade suficiente para simplesmente derrubar toda a Internet se assim ele achar necessário em um estado de emergência.
Cuma? Pois sim...
Aparentemente, ninguém se incomodou em fazer uma pesquisa a respeito - exceto até muito recentemente - quando o assunto já chegou atravessado goela abaixo da mídia. Obviamente, a verdade é sempre bem mais difícil de ser digerida do que o rumor. Mas nesse caso, ambos sâo primos bem próximos.
Mas o barulho nem se justifica... tanto. De acordo com o Ato de Comunicação norte-americano (de 1934, ahá!) o Presidente já tem o poder para desligar toda e qualquer infra-estrutura de telecomunicações de seu país em situações que a segurança nacional esteja em risco. O que Lieberman quer é rever e 'adicionar' umas coisinhas novas ao ato.
A imprensa americana pergunta “Quais seriam os planos de Lieberman para a Internet?” Sua proposta, a S.3480, é muito mais um documento sutil do que uma revisão do ato em si e essencialmente diz que os EUA devem converter o ciber-espaço em um 'ativo nacional'. Mas veja você... A medida também exigiria que proprietários privados de infra-estruturas críticas para o país desenvolvam planos de gestão de risco, trabalhando em conluio direto com a NSA. Existem também uma série de outras recomendações em casos de emergências, entretanto, nenhuma delas tem qualquer coisa a ver com o desligamento de nada. Mas ó raios! O oposto de um 'kill switch'?
A medida propõe que seja inclusive todo o setor privado a desenvolver e implementar suas recomendações, ao invés de impôr as novas regras via despachos do próprio governo.
Tem ou não tem cara de “você faz todo o trabalho e eu controlo quando estiver pronto?”
E aí? Te agrada a idéia de um país começar a mexer os seus pauzinhos para tratar o ciber-espaço da mesma maneira como trata o seu espaço aéreo?
Via CrunchGear, Talking Points Memo.