Carlos Cardoso 13 anos atrás
Existe uma ilusão geral de que qualquer tipo de Ciência mais complexa do que cruzar ervilhas (coisa de colégio, ninguém descobriria nada com isso) exige laboratórios complexos e máquinas do tipo do LHC ou encontradas no porão do Tony Stark.
Não é verdade. É possível fazer ciência com muito pouco. Com álcool isopropílico, gelo seco e papelão você monta uma câmara de condensação, com ela observa partículas subatômicas, raios cósmicos vindos das profundezas do Espaço. Duvida? Assista ao tutorial:
E mais, dependendo da velocidade e da marca da fita, os raios-x atingiam energia de 15 KEv. Não é o LHC, com seus 7 TERA elétrons-volt mas um rolo de fita é tiquinho mais barato que o LHC.
Agora a parte divertida: Ninguém sabe a origem dessa emissão de radiação. Há várias hipóteses mas nada conclusivo. Há até uma ciência especializada em estudar superfícies se esfregando, e por incrível que pareça o nome não é Onanística, e sim Tribologia. O fenômeno rendeu um artigo na Nature, e um vídeo onde os cientistas não só demonstram o fenômeno usando um Contador Geiger, como sensibilizam um filme de raio-x dentário, fazendo uma chapa do dedo de um deles, utilizando raios-x vindos da fita adesiva.
Malditas Leis da Termodinâmica.
Mesmo sem nenhum uso prático imediato (ou sequer no Século XXIV) o fenômeno de triboluminescência é fascinante. Mesmo raios-x sendo algo natural, associamos sua emissão com máquinas complicadas e perigosas (2 correto, 1 falso). Descobrir que algo tão mundano quanto fita adesiva é capaz de emitir ondas eletromagnéticas tão energéticas é de virar a cabeça.
Fonte: New Scientist