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Roube-me, por favor

14 anos atrás

Aqui no Brasil a moda ainda não pegou, muito provavelmente pelo preço alto dos planos de dados que as operadoras de telefonia cobra, mas lá fora, redes sociais baseadas em geolocalização são uma febre. Foursquare, Gowalla e Google Buzz, só para citar algumas, conseguem mesclar os mundos real e virtual, mas em troca disso, pedem que ainda mais dados pessoais sejam compartilhados. No caso, um muito importante: sua localização em tempo real.

Essa invasão de privacidade consentida (e como soou paradoxal isso…) é de conhecimento de todos usuários dessas redes, e creio que muitos já tenham se perguntado o quão válido, do ponto de vista da segurança, é contar ao mundo sua localização. No entanto, agora a problemática foi escancarada por um site bastante sugestivo e, ao que consta, absolutamente legal: o PleaseRobMe, algo como “roube-me, por favor”.

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Utilizando-se de informações do Foursquare, o PleaseRobMe emite alertas, chamados de “oportunidades”, sempre que algum usuário da rede avisa que está fora de casa via Twitter. Claro que tudo não passa de uma brincadeira com fins de conscientização, como ratificam os criadores do novo “serviço”, mas na prática, ali estão informações realmente úteis a um bandido mais determinado e moderno.

Imagino que essas redes sociais baseadas em localização sejam bem divertidas. Justamente por isso, as pessoas em geral pesam duas coisas na balança: a diversão da rede social, contra a preocupação com privacidade. A maioria acaba cedendo à tentação, e ignora os riscos que a divulgação de tais dados implica. Não que roubos derivados de alertas em redes sociais sejam comuns (embora haja precedentes); imagine algo menos gravoso, como bem comentado no ReadWriteWeb, fonte dessa nota: “Você realmente vai querer que seus companheiros de trabalho saibam de todas as noites que você passou em algum bar?”.

A verdade é que, mesmo antes das redes sociais fundadas na localização dos usuários, já expúnhamos muitas informações do gênero de forma quase que inocente. Qual usuário do Twitter nunca avisou, por ali, que sairia em viagem dia tal, para destino “x”?

Esse é mais um dilema que as redes sociais nos impõem. Ceder mais e mais dados em regra deixa a experiência mais divertida, no entanto, na outra ponta aumenta a sensação de insegurança. Até onde vai o limite entre as duas coisas, é algo a ser discutido ainda.

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