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O primo esquecido na construção de software

14 anos atrás

Há algum tempo eu procuro por um teste real de JavaScript que não seja rodar milhares de loops e algoritmos para provar qual browser é o mais rápido. Um teste bem simples foi navegar por uma página com uso intenso de JavaScript usando um netbook. E usei o Internet Explorer, Firefox e Chrome. O teste, nada científico mas fácil de reproduzir, é simplesmente usar a “ferramenta”.

No Firefox e o Chrome, a página rodou sem soluços. Com o IE, virou um show de slides. Portanto, convido vocês a fazerem testes com máquinas antigas ou modernas com menos capacidade de processamento. O argumento ingênuo “se é livre, é melhor” não se aplica. Estamos falando de construção de software que parece ter sido esquecida no meio uma guerra por atenção e egos.

Exemplo que temos em casa é o Drupal. O Meio Bit sofre as bençãos e mazelas do mesmo. É muito fácil criar módulos para a plataforma para quem se dedica a isso, mas não há, exatamente, uma preocupação com performance fora do núcleo. Depende de cada um escolher, usar e testar e não é o nosso foco brigar com a plataforma de publicação, mas garanto a vocês que já perdemos noites com ela. E seria o mesmo com provavelmente qualquer outra, já que temos customização praticamente no blog inteiro.

O Foco Esquecido e as Balas de Prata

Isso faz lembrar de um princípio que parece esquecido nos tempos de linguagens interpretadas como Python, PHP, Ruby e JavaScript entre outras: código bem escrito ainda é essencial. A facilidade de escrever e fazer tudo funcionar o mais rápido possível fizeram com que uma grande quantidade de programadores simplesmente não liguem mais com código eficiente. E são aplaudidos pela gerência porque cumprem os prazos impostos.

O problema está em acreditar nas tecnologias milagrosas, as balas de prata e receitas prontas que resolverão todos os problemas. A linguagem C é rápida porque existem programadores que há usam há mais de 30 anos e ainda é uma das prediletas do meio científico. Código ruim, escrito em Assembly é apenas código ruim.

A saída fácil para problemas de performance é colocar mais e mais hardware. Os fabricantes agradecem, mas lembre-se que já digitamos muito texto e planilhas, já editamos muitas imagens com máquinas mais modestas que um smartphone dos mais baratos.

Há uma forma de melhorar e minha sugestão é começar com um livro que pode mudar sua visão de como estamos mal hoje em dia. Code Complete, Segunda Edição. É um manual de boas práticas de construção de software.

A diferença entre o profissional e o amador é que o primeiro sabe o motivo do que está fazendo. É uma questão de opção qual deles você quer ser.

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