Matheus Gonçalves 9 anos atrás
Muitas missões espaciais e satélites em nossa órbita estão gravemente ameaçados, e isso não tem nada a ver com uma invasão alienígena, nem problemas climáticos. É tudo culpa nossa! Sim, humanos.
Milhares de pedaços de lixo espacial de missões passadas, como restos de antigos satélites e motores de foguetes ainda estão lá “flutuando” ao redor da Terra a velocidades perigosas. Especialistas estimam que centenas de toneladas de lixo espacial, em 20 mil pedaços de metal e outros materiais, estejam orbitando a cerca de 40.200 km/h. Quarenta mil quilômetros por hora!!! E esse cenário só está piorando.
Pois bem. Vocês se lembram no ano passado quando o Cardoso publicou a respeito da sonda Hayabusa2, que pretendia não só interceptar um asteroide e colher amostras, mas também recolher material abaixo da suas superfícies?
Para alegria da NASA, dos russos e da Sandra Bullock, a ambição da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA, e não confundir com o cabeleireiro do Silvio Santos) não parou por aí, e agora eles estão desenvolvendo uma forma muito interessante de também recolher lixo espacial, inspirados em modelos muito bem conhecidos por pescadores: o plano é começar a limpar os céus com uma rede magnética gigante.
O sistema será testado no próximo mês com um satélite desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Kagawa, mas com um passo de cada vez. Assim que entrar em órbita, o satélite vai implantar primeiramente um fio de 300 metros, que vai gerar um campo magnético. Em teoria, deve atrair alguns dos dejetos existentes lá em cima.
A ideia é fazer com que estes pedaços capturados entrem na atmosfera e se dissolvam com ajuda das leis da física. Science, Bitch!
Se isso funcionar, poderemos ter uma eventual rede magnética orbital, o que será impressionante. Aliás, as empresas que vão trabalhar em parceria com a JAXA já fabricaram esta primeira rede, que terá apenas 30 cm de largura, mas com 1 quilômetro de comprimento, o que deve ser suficiente para atrair objetos de até 10 centímetros, considerado o limiar do risco para futuros projetos espaciais.
No futuro, a JAXA espera poder colocar as redes ao redor de grandes pedaços de lixo espacial, como satélites não funcionais intactos, e arrastá-los para fora da órbita. O primeiro satélite com a rede espacial deve ser lançado nos primeiros meses de 2019.
E você? Acha que isso vai dar certo?
Fontes: SCMP e ABC Science.