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Não espere por remakes do Fallout 1 e 2

Todd Howard diz que charme dos Fallout 1 e 2 se deve à época em que foram lançados e que prioridade da Bethesda é garantir que eles continuem funcionando

14 semanas atrás

Há alguns anos estamos vivendo na era dos remakes e remasterizações de jogos. Na tentativa de lucrar o máximo possível com suas criações, empresas tem relançado até jogos relativamente recentes, de uma ou duas gerações atrás. Esse movimento fez com que algumas pessoas passassem a odiar a prática, mas a verdade é que graças a ela, vários clássicos se tornaram bem mais acessíveis. Porém, no caso dos Fallout 1 e 2, um retorno pode ser considerado improvável.

Crédito: reprodução/MadlibVillainy/Reddit

Quem deu a frustrante notícia foi Todd Howard, diretor e produtor executivo da Bethesda Game Studio, e que durante uma conversa no canal MrMattyPlays, foi questionado se o sucesso da adaptação feita pelo Amazon Prime poderia levá-los a refazer os jogos com visão isométrica.

“[...] a prioridade para a gente é garantir que eles estejam disponíveis,” declarou o game designer. “Então, no PC, obviamente [garantir] que eles estejam disponíveis para as pessoas irem, pegarem e jogarem, garantindo que funcionem bem.”

O PC costuma ser defendido pelos amantes de jogos antigos justamente pela alta compatibilidade. Ao contrário do que vemos nos consoles, jogar algo lançado há 30, 40 anos, costuma ser muito mais simples nos computadores, com os usuários não dependendo (tanto) das editoras, desenvolvedoras ou donas de uma plataforma.

Porém, isso não significa que qualquer clássico rode tranquilamente em sistemas operacionais mais modernos e nas avaliações feitas no Steam podemos encontrar diversas reclamações por um determinado título não funcionar corretamente no Windows 10 ou 11.

Crédito: Divulgação/Interplay/Bethesda

Dois bons exemplos disso estão na própria franquia, com várias pessoas afirmando terem dificuldades para rodar as versões para Steam tanto do Fallout Tactics: Brotherhood of Steel quanto do Fallout 3.

Logo, fico feliz por ouvir Howard dizendo que sua empresa está dedicada a fazer com que o passado da série se torne mais acessível. Contudo, o executivo afirma que esse não é o único motivo que os fazem não ter interesse em refazer os Fallout 1 e 2.

“Penso que queremos que eles carreguem e rodem bem. O resto disso, posso argumentar, acho que um pouco do charme dos jogos daquela época e os Fallouts originais, é um pouco daquela época,” afirmou. “Então, eu nunca gostaria de passar sobre isso com ‘bem, mudamos a formar como isso funciona para que seja mais moderno.’ Então, contanto que você possa baixá-lo, contanto que ele seja carregado e executado, acho que gostaria que as pessoas o experimentassem do jeito que era.”

Quanto a isso, concordo em partes com a opinião de Todd Howard. Por mais que goste da ideia de ver aqueles jogos refeitos no estilo da era 3D que surgiu após a Bethesda adquirir a franquia, entendo que seria uma ruptura que desagradaria muita gente, então talvez não fosse necessário algo tão radical.

Crédito: Divulgação/Interplay/Bethesda

No entanto, e quando se trata de uma remasterização? Produzir algo assim provavelmente não seria simples, mas acredito que poderia dar uma bela sobrevida a esses títulos tão fantásticos. Um bom exemplo disso atende pelo nome Diablo II: Resurrected, versão melhorada que por muitos anos a Blizzard afirmou ser improvável, mas que quando chegou ao mercado, (re)conquistou muitas pessoas.

Desde que bem-feitas, remasterizações do Fallout 1 e 2 seriam ótimas maneiras de tornar esses jogos bem mais atraentes para um público mais novo. Além disso, elas atrairiam a atenção daqueles que os jogaram na época de seus lançamentos e até permitiria que dois títulos tão importantes chegassem aos consoles.

Porém, talvez a Bethesda não cogite esse tipo de tratamento por imaginar que aquela época da franquia não possua o apelo popular do ARPG produzido pela Blizzard. Segundo relatos, em apenas setes meses o D2: Ressurrected vendeu mais de cinco milhões de cópias, um número que seria comemorado mesmo por muitas grandes produções modernas.

Se houvesse garantia de que remasterizações do Fallout 1 e 2 também fariam tanto sucesso, acredito que a opinião de Todd Howard seria um pouco diferente e os rumores sobre o retorno desses jogos já estariam circulando pela indústria.

Crédito: Divulgação/Interplay/Bethesda

E se acha que refazer esses clássicos seria uma heresia, saiba que o seu criador, Tim Cain, já falou sobre como uma nova versão do Fallout: A Post Nuclear Role Playing Game poderia ser.

“Eu não gostaria de fazer um jogo completamente novo,” disse. “Se for um remake para o Fallout, penso que deveria ser o mesmo jogo, apenas melhor e mais moderno. Livre-se dos bugs ou adicione coisas que não tivemos tempo para terminar. Livre-se de várias peças de atrito que não são considerados desafios divertidos no mundo moderno de hoje. Eu melhoraria a interface e a inteligência artificial. Há muitas maneiras de tornar a interface melhor. Torne as coisas mais fáceis de se fazer com mouse e teclado.”

Para ele, seria importante manter a direção artística como no original, apenas entregando os gráficos mais detalhados e “adicionaria algo como geração procedural... então você poderia ser largado em qualquer lugar do mapa,” sugeriu Cain. “Eu adicionaria ruínas, cavernas e coisas ao longo de rodovias e estradas que fossem geradas proceduralmente, mais ou menos como alguns encontros já acontecem.”

Se algum dia veremos algo assim, por enquanto está difícil ter alguma esperança. Porém, muitos também duvidaram do retorno do Diablo II e felizmente essas pessoas estavam erradas.

Fonte: Rock, Paper, Shotgun

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